Opinião

OAB-CASCAVEL: de olho no futuro, com respeito ao passado e atenta ao presente

OAB-CASCAVEL: de olho no futuro, com respeito ao passado e atenta ao presente

Por Alex Sander Gallio *

Estamos nos aproximando do processo sucessório da Diretoria da OAB e rendemos todos os méritos à atual diretoria da entidade, que exerceu, com maestria, um mandato repleto de êxito ao longo destes últimos três anos. Diante disso, nosso reconhecimento ao trabalho comandado pelo presidente Jurandir Parzianello, ao vice-presidente Paulo Roberto Pegoraro Junior, demais integrantes da Diretoria, do Conselho do qual, orgulhosamente, faço parte, bem como presidentes de Comissões, colaboradores e demais profissionais envolvidos neste trabalho.

Atendendo apelo de colegas de profissão e em consonância com minhas próprias convicções pessoais e profissionais, assumo doravante o desafio de me tornar pré-candidato a presidente da Subseção, com objetivo não apenas de dar continuidade a este trabalho, mas buscando avançar ainda mais.
Muito de positivo foi feito, mas muito ainda está por fazer. É preciso fixar o olhar sobre a nova advocacia que bate à nossa porta: a da inovação, dos contratos digitais, da LGPD, enfim, deste universo em constante transformação.
A trajetória de muitos colegas que comigo fazem parte da Comissão de Direito Digital e Inovação, é pautada na busca incessante e diária pelas novas fronteiras da advocacia. É a atração exercida pelo novo, pela vontade intrínseca de fazer a diferença na vida das pessoas e por tentar enxergar aquilo que muitos ainda não tiveram a oportunidade de perceber. A figura do advogado e da advogada presos no passado é temerária: precisamos estar preparados para essa avalanche de novidades que surgem, dia após dia.
Mas isso não significa voltar as costas para o passado, especialmente para colegas que ainda não conseguiram se ambientar a esse universo que se desvenda. Respeitar profissionais mais experientes, oferecendo suporte externo para suas ações, especialmente na alimentação de dados de processos eletrônicos, é um dos desafios aos quais nos colocamos à disposição.
Falar no futuro e no passado, exige, necessariamente, enxergar a realidade do presente. Hoje a advocacia é composta pela pluralidade de opiniões e pela diversidade. Aquilo que antes convencionávamos como minorias, hoje é o retrato digno e fiel da advocacia. É preciso respeito com as diferenças, sejam de raça, identidade de gênero, perspectivas e visões políticas ou de qualquer outra natureza. Essa será uma das marcas da OAB do próximo triênio.
Não podemos deixar de citar, também, a necessidade de lutarmos pela reabertura das atividades presenciais do Fórum das Comarcas da Subseção, diante da dificuldade que, tanto jovens quanto experientes profissionais enfrentam nessa distância provocada por portas fechadas que o Judiciário impõe. Urge à OAB a defesa intransigente desta bandeira, a da reabertura total dos tribunais, pois, tal qual outros organismos indispensáveis para a população, a Justiça é um instrumento de extrema necessidade para a cidadania, e sem ela não conquistamos o acesso amplo ao Direito. Do jeito que está não dá mais! Chega de migalhas… Vamos unir forças, provocar reflexões, debates, protestos se preciso for, para reabrir as portas do Fórum de Cascavel, e das Justiças do Trabalho, Justiça Federal e outras repartições que mantém o home-office como padrão de conduta. Essa luta se estende para os ambientes prisionais, cujo trabalho do (a) advogado (a) criminalista tornou-se, nestes tempos de pandemia, um verdadeiro martírio. E se estende pelas condições indignas de Comarcas vizinhas, que já sofriam pelo abandono no pré-covid 19, e que agora estão sujeitas ao abandono da própria sorte. Não se trata de menosprezar o perigo da pandemia, mas se adaptar a uma realidade que todos os demais segmentos da sociedade já se prepararam: o funcionamento híbrido e de gradual normalidade, respeitando protocolos de distanciamento social e higienização de ambientes, entre outras atitudes.
Enfim, queremos uma OAB ainda mais aguerrida, com advogados e advogadas vigilantes não apenas na defesa das nossas prerrogativas, lutando por honorários dignos, mas também pela busca de uma sociedade mais humana, menos desigual, mais justa e solidária. Essas são algumas das nossas bandeiras, que manteremos empunhadas com a ajuda de cada um e cada uma de vocês.

* O autor é advogado.