Policial

Fiscalização acirrada e dólar alto inibem contrabandistas

Com operações integradas, valor em mercadorias apreendidas aumenta, mas movimentação recua

Cascavel – Operação Muralha, Operação Fronteira Integrada, Operação Esforço Integrado. Essas são algumas das ações conjuntas realizadas pelas forças de segurança pública na região da Tríplice Fronteira neste ano, especialmente nas proximidades de Foz do Iguaçu, com o objetivo de inibir crimes como tráfico e contrabando. A fiscalização acirrada deu resultado: o número de apreensões aumentou.

O que diminuiu foi a disposição dos criminosos em tentar passar pela fronteira ante a presença policial. Somado a isso, mais um fator aliado ao combate ao crime: o aumento do dólar frente ao real.

Na região, as operações permitiram, por exemplo, a apreensão de mais de 80 ônibus usados na tentativa de formar comboios para dificultar a abordagem. O Jornal O Paraná flagrou e denunciou a prática e logo em seguida a Receita Federal agiu, pondo fim à estratégia dos contrabandistas.

De acordo com levantamento realizado pelas delegacias de Cascavel e de Foz do Iguaçu da Receita Federal foram apreendidos quase meio bilhão de reais em mercadorias contrabandeadas na região somando os primeiros semestres de 2017 e 2018.

Em Cascavel, segundo a Receita, houve queda de 25,6% no valor total apreendido neste ano. No primeiro semestre de 2017, foram apreendidos R$ 69.969.650,23 em contrabando, contra R$ 52.052.851,32 neste ano. Isso considerando as apreensões realizadas pela Receita e também as realizadas pelas demais forças policiais e que são encaminhadas para o depósito em Cascavel.

Já em Foz do Iguaçu, onde as ações estiveram mais concentradas, foram recolhidos o equivalente a R$ 133.597.178,12 em 2017 e R$ 236.163.517,41 de janeiro a junho deste ano, uma alta de 76%, fruto das operações.

“Durante quase todo o primeiro semestre desenvolvemos a Operação Muralha, por exemplo, na região de fronteira, e com ponto fixo na Praça de Pedágio de São Miguel do Iguaçu [na BR-277], que não mediu esforços para coibir o crime. Foi uma das medidas que assustaram os contrabandistas, além, é claro, do preço do dólar, que está bem mais alto neste ano, e não compensa comprar no Paraguai”, explica o auditor fiscal Sérgio Barbieri, da Receita Federal em Cascavel.

Ontem, o dólar comercial fechou cotado em R$ 3,84. Em julho do ano passado, a moeda custava R$ 3,11, alta de 23% em um ano.