Educação

Distanciamento, máscara, aferição de temperatura... veja o plano das escolas particulares para a volta às aulas

Governador Ratinho Junior diz que aulas presenciais só depois de agosto

Foto: Arquivo
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Volta às aulas

 

Sindicato apresenta plano de retomada; governador diz que só em agosto

 

Reportagem: Cláudia Neis

Cascavel – Um plano para a retomada gradativa das aulas na rede privada foi enviada ao Estado e aos municípios pelo Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná) nessa quarta (6). O documento traz uma série de medidas de prevenção ao novo coronavírus que devem ser adotadas pelas escolas e que possibilitem um retorno seguro aos alunos nas salas de aula. “Esse plano foi elaborado com a orientação de profissionais de saúde e epidemiologia. Nossa preocupação é principalmente com os filhos dos profissionais que continuam ou já retornaram ao trabalho. Alguns têm contratado babás, que cuidam de grupos de crianças em casa. Se isso já acontece, por que não trazer essas crianças para o ambiente escolar, onde há profissionais e estrutura para organizar os cuidados necessários de prevenção do coronavírus? Além disso, há cidades em que não nem mesmo há casos suspeitos da doença, por que não abrir as escolas nesses locais? A nossa proposta não é uma retomada completa, mas gradual e de forma organizada, para evitar aglomerações, e preparar o caminho para uma retomada completa, que deve acontecer em agosto, de acordo com o Estado”, explica a presidente do Sinepe/PR, Esther Cristina Pereira.

Ela cita especialmente os alunos do ensino fundamental e médio, que precisam de laboratórios para a compreensão dos conteúdos, e os estudantes do ensino superior, em especial os da área da saúde, que não estão cumprindo o estágio obrigatório e estão próximos do fim da graduação.

A proposta

Dentre as medidas propostas no plano estão: a organização da estrutura operacional para que seus alunos mantenham uma distância de 1 metro quadrado entre eles e os professores e profissionais; higienização da escola diariamente com água sanitária; disponibilização de álcool gel 70%; orientação para higienização das mãos e da troca de calçados na entrada da escola; uso de máscara de pano; aferição da temperatura de todas as pessoas que compareçam à escola; e promover o isolamento imediato de qualquer pessoa que apresente os sintomas característicos da covid-19, orientando ela e seus familiares a realizarem a imediato procedimento de quarentena.

O plano é uma proposta inicial, segundo o sindicato, e está aberto à discussão. Para ser colocado em prática, precisa da aprovação do Estado e também dos municípios, de forma individual.

Questionado sobre a possibilidade no seu perfil do Instagram, o governador Ratinho Júnior disse que não há possibilidade de retomada das aulas antes do mês de agosto.

Já a Seed (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte) informou à reportagem que ainda não havia recebido a proposta do Sinepe e que está aberta para iniciar uma discussão sobre o tema.

 

Embate pelo desconto

Com as aulas suspensas desde março, as instituições têm oferecido conteúdo por meio de atividades on-line. Mas a mudança, aliada à queda na renda das famílias e à insegurança do momento, levou a pedidos de desconto nas mensalidades. Em algumas instituições, pais se mobilizam e enviam abaixo-assinados e requerimentos solicitando a redução das parcelas.

Cada instituição tem adotado um posicionamento. O colégio onde o filho da analista de recursos humanos Gisele Valansuelo estuda, por exemplo, negou qualquer desconto e informou que os boletos não serão suspensos, mas que as famílias que não conseguirem manter o pagamento em dia devem procurar a direção para negociação. “É uma situação bem complicada. Minhas amigas que têm filhos matriculados em outras escolas conseguiram o desconto. Mas meu filho está no último ano, vai prestar vestibular e fazer o Enem este ano, não posso trocá-lo de colégio nesse momento, sob o risco de prejudicar o aprendizado dele”, lamentou.

 

 

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Procon reforça diálogo

Sem acordo com as instituições de ensino particulares, muitos pais recorrem ao Procon. Apenas no órgão estadual, com sede em Curitiba, desde abril foram realizados 511 atendimentos, a maioria solicitando informações sobre como proceder diante dessa situação. A orientação tem sido o diálogo entre as partes. “É um momento muito complicado, cada lado tem suas dificuldades. É preciso diálogo para que se chegue ao melhor entendimento. Hoje os atendimentos relacionado às instituições privadas de ensino estão em primeiro dos serviços privados, seguidos de dúvidas sobre serviços prestados por agências de viagens. O momento pede união, bom senso e empatia”, frisou a diretora do ProconPRClaudia Silvano.