Opinião

EDITORIAL: Brasileiro precisa de um juro mais real

O Banco Central manteve ontem, pela sexta vez, a taxa Selic em 6,5% ao ano. Com isso, a taxa real de juros deste ano deve fechar em um patamar entre 2% e 2,5%, a mais baixa da história brasileira.

O País nunca havia conseguido manter a taxa básica de juros em níveis tão baixos. Mérito exclusivo da queda dos preços, já que a inflação oficial deve fechar o ano abaixo da meta. Sem pressão de preços, o mercado monetário respira tranquilo.

A pergunta é quando (se isso acontecer um dia) as taxas de juros praticadas no mercado, especialmente para o cidadão comum, mas também para o setor produtivo, vai se aproximar de percentuais mais coerentes.

A maioria dos bancos cobra de 6% a 7% por mês o juro do cheque especial. O crédito pré-aprovado tem módicas taxas de 4% ao mês. O cartão de crédito acumula absurdos quase 300% ao ano. Um verdadeiro assalto à mão armada aos brasileiros.

Na prática, significa que os bancos captam dinheiro a 6,5% ao ano, e cobram isso em um mês que o correntista não conseguiu cobrir a conta corrente.

As principais entidades do País avaliaram como positiva a decisão do Copom, mas reforçam a necessidade de os juros caírem de fato no País para que o custo do crédito também seja reduzido. “Precisamos urgentemente reduzir o custo de crédito para as empresas e para os consumidores para alcançar o crescimento econômico e a geração de empregos de que o Brasil tanto precisa”, manifestou-se a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).