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E-sports: esportes eletrônicos ganham espaço e rivalizam com modalidades atléticas

Mercado é impulsionado por fabricantes de jogos e de acessórios

Foto:Divulgação
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Esportes eletrônicos ou e-sports: chame como quiser. O fato é que eles invadiram o mercado com uma nova tendência para agora e para os próximos anos. Para quem acredita ser brincadeira de criança ou adolescente, eis o choque: as modalidades esportivas eletrônicas já ultrapassaram a barreira de milhões de dólares em todo o mundo em arrecadação e faturamento de competições e premiações.

A tendência é vista com bons olhos por empresas fabricantes de games, consoles e até mesmo de computadores, com a criação de notebook e desktops  feitos especificamente para jogos digitais. O que parece um hobby pode se tornar uma profissão, com uma rígida rotina de estudos e treinos e com premiações reais. O virtual extrapola para o mundo real, com eventos nos quais milhares de pessoas assistem a partidas de jogos de tiro ou de estratégia, com narração e comentários esportivos em tempo real.

No Brasil, os principais eventos são o circuito brasileiro de League Of Legends (CBLoL), dividido em duas etapas: uma no primeiro semestre e outra no segundo semestre, a  Eletronic Esports World Cup (de ESWC) e do CWL 2K no Brasil (De CS:GO). Para quem não está habituado com esse cenário, os termos podem parecer complicados. RTS são jogos de estratégia em tempo real, FPS caracterizam os jogos de tiro em primeira pessoa, enquanto MOBA são os jogos multiplayer Battle Arena, disputados on-line pelos cyberatletas.

Segundo a consultoria Newzoo, esse mercado movimentou US$ 655,3 milhões em 2017. Ainda de acordo com a companhia, cerca de 7,8 milhões de brasileiros entram na categoria de entusiastas de e-sports. O que impulsiona o setor e as grandes premiações são as empresas envolvidas com esse business, que incluem canais de assinatura, fabricantes de jogos e de acessórios. No Brasil, emissoras que antes só transmitiam esportes tradicionais, hoje já possuem programas totalmente voltados para essas modalidades, como é o caso de SporTV e ESPN.

Engana-se, no entanto, quem pensa que todos os jogadores profissionais sejam sedentários. As equipes de elite possuem profissionais de saúde capacitados para orientá-los sobre a importância de cuidar do aspecto físico e psicológico. Ambos andam juntos, de modo que é necessário um acompanhamento de perto desses players. O condicionamento físico precisa ser preservado, assim como o atendimento psicológico aos jovens que estão passando por essa fase.

Embora essa atividade seja instigante para muitas crianças e adolescentes, nem todas elas poderão participar de competições de alto nível, da mesma forma que acontece com esportes tradicionais como futebol ou basquete. Nesse cenário, é necessário um acompanhamento multidisciplinar para entender as necessidades individuais de cada um e ensiná-los a lidar com frustrações. Além disso, é importante zelar pela educação formal, impedindo que jovens adolescentes negligenciem os estudos enquanto estiverem se dedicando a uma modalidade de jogo eletrônico.