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Contrabando: Receita já apreendeu quase US$ 7,2 milhões em celulares

O auditor revela que grande parte das apreensões é feita por meio de denuncias, muitas vezes até por grupos/quadrilhas rivais.

Contrabando: Receita já apreendeu quase US$ 7,2 milhões em celulares

Reportagem: Cláudia Neis

Foz do Iguaçu – A apreensão de aparelhos celulares contrabandeados do Paraguai em Guaíra e Foz do Iguaçu, contabilizadas pela Receita Federal, é 35% maior nos primeiros nove meses de 2019 comparado com o mesmo período de 2018. Em valores, o aumento passa US$ 2 milhões: em 2018 foram apreendidos US$ 5.317.962,60 e, neste ano, US$ 7.199.286,21.

Um dos incentivos é a lucratividade da venda dos aparelhos. “O celular é um bem que traz vantagem financeira para quem traz o aparelho e o revende… é um objeto de desejo, por isso a tendência é o crescimento do contrabando”, explica o auditor fiscal Sandro Huttner Chimisso.

Ele explica que as principais marcas contrabandeadas são Iphone e Xiaomi e que o grande número de aparelhos encontrados em fundos falsos de ônibus faz com que as apreensões alcancem cifras milionárias. “Na última sexta-feira (8), por exemplo, um ônibus com R$ 4 milhões em celulares em um fundo falso foi apreendido em Santa Terezinha de Itaipu. Durante abordagem na BR-277, a equipe suspeitou e o ônibus foi escoltado até o Porto Seco, em Foz do Iguaçu, onde passou pelo escâner, que revelou vários fundos falsos no veículo”, explica Sandro.

O auditor revela que grande parte das apreensões é feita por meio de denuncias, muitas vezes até por grupos/quadrilhas rivais.

Qualquer pessoa pode denunciar, anonimamente, pelo telefone (45) 99152-2036.

Dificuldades x marcação cerrada

O auditor fiscal Sandro Huttner Chimisso conta que o número de apreensões realizadas aumentou mesmo com o baixo efetivo. “O número de servidores é baixo e faltam equipamentos, por isso tentamos fazer o melhor com o que temos. Estamos focando no treinamento das equipes e na colaboração com outras forças de segurança para a realização de operações”, enfatiza.

Segundo ele, a Operação Hórus, que acontece de forma permanente nas fronteiras do Estado, tem colaborado muito para o domínio das áreas e a redução do campo usado pelos contrabandistas.

Outra operação que deve ser iniciada novamente nos próximos dias é a Muralha, que será de forma simultânea com ação semelhante no Mato Grosso do Sul. A ideia é bloquear ainda mais a passagens dos produtos contrabandeados no Estado e evitar rotas de fuga das quadrilhas.

Esquema garante nota fiscal

Dois fatores que facilitam o contrabando na região são: a facilidade de comunicação entre os criminosos que avisam uns aos outros sobre possíveis barreiras de fiscalização/operações e a venda de notas fiscais para “esquentar” os produtos. “A Receita tem mapeado um esquema de venda de notas fiscais. Fizemos diversas abordagens de pessoas com cargas de produtos que apresentaram nota fiscal de uma empresa de São Paulo. São empresas especializadas na venda de notas fiscais e isso facilita a venda dos aparelhos no Brasil com a apresentação da nota supostamente nacional”, explica o auditor fiscal Sandro Huttner Chimisso.

Quem também tem facilitado a vida dos contrabandistas são transportadoras e freteiros, que anunciam inclusive nas redes sociais que entregam as mercadorias em qualquer lugar do País.

Para onde vão os aparelhos?

 

Os aparelhos apreendidos ficam armazenados na Receita Federal e são leiloados por lotes para pessoas jurídicas, que podem revendê-los. Nesse momento existe um leilão aberto, com diversos lotes, no total de R$ 960.250. Clique AQUI e leia mais informações sobre o leilão ou consulte o site da Receita Federal.