Opinião

Coluna Amparar:  “Se eu pudesse largava tudo”

Coluna Amparar:  “Se eu pudesse largava tudo”

Coluna Amparar:  “Se eu pudesse largava tudo”

 

José Luiz Ames

Rosana Marcelino

 

Com o texto de hoje, iniciaremos uma série sobre trabalhos com clientes. Todos são casos reais. Obviamente, não mencionaremos dados que possibilitem a identificação a fim de manter o anonimato.

O texto desta semana é sobre as transformações na vida de um rapaz de vinte e poucos anos desencantado da vida e do trabalho. Transcreveremos alguns trechos de mensagem que possibilitam formar uma ideia. Na visão da mãe, o filho “é muito ansioso, e cheio de indecisões. Age por impulso e depois fica insatisfeito com tudo. Não tem ânimo para nada”.

O quadro do filho segundo a descrição dele mesmo em mensagem de whatsapp: “Tem tantas perguntas na minha cabeça que eu não consigo responder. Será que estou no caminho certo? Já estou desanimado. Não me sinto nada satisfeito com a minha carreira. Se eu pudesse largava tudo. Não tenho nenhuma vontade de evoluir. Não estou feliz e na verdade nunca me senti feliz, e porque isso? Será que vou ter esse sentimento para sempre? Do que adianta querer se nunca vou ficar satisfeito no que trabalho? Esse é o problema. Eu queria estar no lugar de outras pessoas. Eu quero estar feliz no meu lugar eu não dou conta”.

A mãe desse jovem se sentia impotente diante do quadro. Havia feito tudo o que estava ao alcance dela. Foi neste contexto que tomou conhecimento de um programa desenvolvido por nossa empresa (Amparar): “vivência em constelações familiares”. Trata-se de um programa no qual dez pessoas se encontram durante um dia inteiro para compartilhar seus desafios através de constelações. Cada participante é constelado e participa da constelação dos outros nove participantes. É uma imersão intensa na própria vida e compartilhamento de experiências. A mãe desse jovem decidiu participar.

A mãe participou da “vivência em constelações familiares” movida pelo desejo de ajudar o filho. Para ela era óbvio que o tema a ser constelado seria a situação do filho. No entanto… O que se mostrou na constelação inverteu as expectativas. A questão não era o filho e sim a mãe!

A mãe, viúva há oito anos, depressiva, havia engordado 50kg durante o luto. Quem não queria viver, quem não olhava para a vida, era a mãe. A constelação foi uma “conclusão de vínculo” entre a mãe e seu falecido esposo. Diante desse quadro, ao final da constelação, damos a ela uma tarefa, considerando seu quadro de desencanto da vida: evitar conversas sobre assuntos melancólicos, fazer uma seleção de músicas alegres, usar roupas coloridas, conversas com o filho nas quais traga a memória do pai de uma forma positiva evocando como ele agiria se ainda estivesse em vida. E, principalmente, tomasse a postura de mãe diante do filho.

Duas semanas depois da vivência, a mãe enviou mensagem relatando mudanças. Em relação a ela, alguns dias após a vivência, despertou com desejo de usar uma roupa colorida. Encontrou uma peça no roupeiro da qual nem se lembrava. Ao usar, se sentiu bonita. Com relação ao seu filho: “eu me sinto mais forte. Antes me sentia culpada, hoje não; antes sentia ele distante, hoje ele tem falado comigo quase diariamente; antes deixava mensagem no zap e só me respondia dois dias depois”.

Agora, passados três meses da vivência em constelações, como está a situação do filho? O jovem foi contratado por uma multinacional para trabalho na modalidade Home office; retomou os estudos; emocionalmente está feliz, sentindo-se valorizado, cheio de planos; concebe a vida em qualquer lugar, longe da mãe. Acima de tudo: a relação de mãe e filho é funcional, amorosa, conectada. Ambos com um olhar para a VIDA!

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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar – whatsapp https://bit.ly/2FzW58R (45) 9 9971-8152