Cotidiano

Câmara fará esforço concentrado de três dias na semana final do impeachment

BRASÍLIA – Depois de interrompida a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em sessão do Congresso desta terça-feira por falta de quorum – o que inviabilizou sessão da Câmara para apreciar os destaques da renegociação da dívida dos estados -, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira que a Casa trabalhará três dias na semana que vem, quando será resolvido o processo de impeachment no Senado. Na lógica do presidente, o Congresso estará cheio por conta da etapa final do julgamento do impedimento contra a presidente afastada Dilma Rousseff.

– Semana que vem vamos começar segunda às 10h e acabar quarta às 17h. Vai dar quorum todo dia, semana que vem tem impeachment, e a Casa vai estar cheia – disse Maia.

O presidente afirmou ainda que fez um levantamento das ausências de partidos da base na votação da LDO de ontem, e negou que o quorum tenha caído por culpa de parlamentares do centrão. Ele disse que mesmo no PSDB e no DEM houve deputados que não compareceram ou não votaram.

– Até pedi para mapear, mas teve ausência no PSDB também e no DEM, sei que pelo menos uns três do PSDB que estavam ontem não votaram, do DEM também. Não sei se somou os nossos com alguns do centrão que faltaram de propósito, mas vi que tinha falta em todos os partidos – minimizou.

Ontem, apesar do cronograma combinado entre o governo e líderes na Câmara, não foi possível sequer terminar a votação da LDO, muito menos abrir sessão da Câmara para votar os três destaques ainda pendentes no projeto de renegociação da dívida dos estados com a União. A ideia do governo era que a semana que vem já começasse com a votação das Medidas Provisórias (MPs) que perdem a validade nas primeiras semanas de setembro, caso das MPs da reforma administrativa e da que cria um cargo para o ex-governador Moreira Franco, um dos maiores aliados de Temer. Ambas vencem no dia 8 de setembro.

SALÁRIO DE RUSSOMANNO

O presidente da Câmara contou, ainda, que a decisão de descontar o salário de deputados faltosos, iniciada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ajuda a manter o quorum elevado. Apesar disso, afirmou que vai analisar caso a caso a situação de deputados candidatos. Ele admite, por exemplo, abonar uma falta do deputado Celso Russomanno (PRB-SP), primeiro colocado na disputa da prefeitura de São Paulo e que faltou à sessão desta segunda-feira para participar de um debate na capital paulista.

– O que eu faço com o Russomanno, que foi ao debate de segunda-feira? Eu não decidi ainda, mas tem que avaliar caso a caso. O ideal é não abonar falta de ninguém, mas tem casos que eu abonaria – disse.

Na semana que vem, diante do esforço concentrado para limpar a pauta da Casa dos destaques e MPs pendentes, Maia afirmou que não abonará falta de ninguém, já que precisa de quorum elevado.