Policial

52 pessoas são mortas durante rebelião em Altamira (PA)

Dois agentes prisionais chegaram a ser mantidos reféns, mas foram liberados no final da manhã

52 pessoas são mortas durante rebelião em Altamira (PA)

Uma rebelião na manhã de hoje deixou 52 presos mortos, 16 deles decapitados, no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, de acordo com informações da Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do estado). Dois agentes prisionais chegaram a ser mantidos reféns, mas foram liberados no final da manhã, depois de negociação envolvendo policiais civis e miliares e promotores de Justiça.

Segundo a Susipe, a confusão começou por volta das 7h, durante a entrega do café da manhã. O órgão acredita que uma briga entre facções tenha sido a causa da rebelião, já que a Susipe não recebeu nos últimos dias nenhuma reivindicação dos presos por melhorias nas instalações.

O governo não confirma, mas o presídio é alvo de uma disputa entre as facções criminosas Comando Vermelho e Comando Classe A, esta recentemente aliou-se ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que disputa com o Comando Vermelho o comando dos presídios no país. No momento, os policiais fazem vistoria no presídio para revista e recontagem de presos e apreensão de objetos que podem ter servido como armas nas decapitações.

Os policiais também verificam os danos provocados no prédio e celas, já que os detentos, segundo a Susipe, teriam ateado fogo em objetos como colchões – a inalação de fumaça pode ter provocado a morte de parte dos detentos.

No ano passado, sete presos foram mortos e três ficaram feridos na mesma unidade prisional em motim ocorrido durante a madrugada após uma tentativa de fuga frustrada. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, informou que está acompanhando a situação, que conversou com o governo do estado e que terá uma reunião na tarde de hoje para debater as providências a serem tomadas.

Outras rebeliões

As rebeliões com mortes por causa de brigas entre facções criminosas rivais têm ocorrido com certa frequência no país. Dois meses atrás, em 26 de maio, 15 detentos foram mortos em Manaus, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), a mesma unidade onde em 2017 aconteceu um massacre com 56 mortos. No dia seguinte, o governo do Amazonas afirmou ter localizado mais 40 corpos de detentos com sinais de asfixia em quatro presídios da cidade, totalizando 55 mortes.

Nos últimos anos, episódios parecidos aconteceram em Roraima e, no início deste ano, o Ceará viveu uma onda de violência ordenada por criminosos presos em penitenciárias do Estado, o que levou ao envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Estado.

Também neste ano, em fevereiro, Marcos Williams Camacho, o Marcola, apontado como principal líder do PCC foi transferido de uma penitenciária no interior paulista para um presídio federal. Ele foi para Porto Velho e posteriormente foi levado para Brasília.

Na ocasião, outros 21 detentos apontados como lideranças do PCC também foram transferidos para presídios federais.

Reportagem: UOL

Leia também:

MJ oferece vaga em presídios federais para líderes de rebelião no Pará

PEC: Um ano e meio após rebelião, reformas se aproximam do fim

 

Alerta de rebelião: Sindarspen pede suspensão de transferências para PEC