RIO – A delegada Ellen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros ( DDPA), afirmou na manhã desta segunda-feira que “a polícia está bem convicta” de que Rye Hunt, australiano desaparecido desde o dia 21 de maio no Rio, “tentou sair da ilha de Cotunduba”, onde ele foi visto por um pescador em 22 de maio, “e não conseguiu”. De acordo com a delegada, as buscas pelo corpo do jovem de 25 anos foram encerradas. Australiano – 03/6
– É protocolo da Marinha e do Corpo de Bombeiros encerrar as buscas após 72 horas. Elas foram inciadas na última quarta-feira, nas proximidades da Ilha Rasa, onde os tripulantes de um barco pesqueiro disseram ter visto um corpo, mas nada foi encontrado. Rye foi visto pela última vez no dia 22, já se passaram mais de 10 dias. As buscas ficam mais difíceis depois desse período, já que o corpo passa a virar alimento para a vida marinha – comentou a titular da DDPA.
Segundo a delegada, o tio do rapaz, Michael Wholdhan, será conduzido na tarde desta segunda ao laboratório do Instituto de Perícia e Pesquisa Genética Forense (IPPGF), na Academia Estadual de Polícia Sylvio Terra (Acadepol), na Lapa. No local será coletada uma amostra do DNA dele.
– É um procedimento padrão. Porque, se algum corpo aparecer, a amostra vai estar no sistema. Também temos roupas sujas e escova de dente de Rye, que estava no apartamento que ele alugou em Copacabana. vamos coletar ainda amostras do DNA dele – disse Ellen Souto.
Na sexta-feira, um pescador confirmou ter visto Rye na Ilha de Cotunduba, localizada a cerca de 900 metros da Pedra do Leme. Ele reafirmou que o estrangeiro estava com vários ferimentos e parecia ?transtornado?: queria água e dizia que havia chegado ao local nadando. Apesar disso, não teria pedido ajuda para ir embora.
? O rapaz olhava fixamente para minha embarcação. Tinha vários cortes pelo corpo: provavelmente se feriu ao encostar em mariscos presos às pedras da ilha. Eu e minha namorada ficamos assustados, pois era um homem forte e não parava de nos encarar. Ele desceu para perto da água e fez gestos pedindo água. Pedi a ele que não pulasse no mar, senão arrancaria com o barco. Peguei uma garrafa mineral de 1,5 litro e arremessei. Ele bebeu tudo de uma vez só – contou o pescador, que acrescentou:
– Conversamos muito rapidamente em inglês, perguntei de onde era e como havia chegado à ilha. Ele respondeu que era da Austrália e que tinha nadado até lá. Achei estranho, já que Cotunduba é de difícil acesso, as ondas entram com força e cobrem as pedras da ilha. Mas em nenhum momento ele me pediu socorro. Quando parou de falar, voltou a se sentar, com olhar perdido.
FAMÍLIA AINDA MANTÉM ESPERANÇA
O tio e a namorada do australiano, Michael Wholdhan e Bonnie Cuthbert, afirmaram na sexta-feira que o jovem não era usuário de drogas. Em entrevista coletiva na Praça Almirante Júlio de Noronha, no Leme, Bonnie classificou como ‘o maior erro da vida dele’ o uso por substâncias tóxicas. Eles chegaram ao Brasil na quinta-feira, e se encontraram com a delegada Elen Souto. Michael afirmou ainda que a família está com esperança de encotrar o australiano com vida.
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