RIO – Ciclistas e pedestres continuam circulando pela pista do veículo leve sobre trilhos (VLT) na Avenida Rio Branco, no Centro. Na terça-feira, segundo dia útil de operação do bonde moderno, inaugurado domingo, muita gente podia ser vista caminhando ou pedalando em meio aos trilhos. Nem mesmo a presença maciça de agentes da CET-RIO e da concessionária do VLT, orientando sobre os riscos de circular entre as composições, afastou as pessoas da via exclusiva.
Tenho medo de coisas piores disse um executivo que não quis se identificar e ignorou o alerta de um agente.
Nesta primeira fase, o bonde está funcionando em horário restrito, apenas das 12h às 15h (a operação será ampliada ao longo do mês). São três composições, que circulam a intervalos médios de 30 minutos.
Ainda que a distância entre uma viagem e outra seja de meia hora, o risco de atropelamento é real, mas muita gente prefere ignorá-lo. Avisado pela repórter de que um VLT estava se aproximando, por exemplo, um ciclista que pedalava ontem pela pista exclusiva seguiu seu caminho.
Está tudo bem, o VLT é lento, não é arriscado. Estou atrasado para fazer uma entrega esquivou-se o mensageiro Victor de Oliveira.
Muitos passageiros que assistiram à cena reclamaram do que classificaram como falta de educação.
Os infratores deveriam receber uma multa feia. Que cultura essa do carioca, hein? Um benefício enorme para a população, e as pessoas não sabem usar… Elas não entendem que podem ser atropeladas? questionou a psicopedagoga Rosana Damião.
Segundo o secretário executivo de Coordenação de Governo da prefeitura, Rafael Picciani, responsável pelo projeto do VLT quando era titular da pasta de transportes, quem transita pelos trilhos não está sujeito a multa. Ele acredita, no entanto, que os cariocas se conscientizarão dos perigos ao longo do tempo.
Eu não esperava que as pessoas se conscientizassem de um dia para o outro, não faz parte da natureza do carioca respeitar as ordens. Durante as obras, as pessoas circularam pela Rio Branco livre de veículos e se acostumaram com isso. Mas esta é uma mudança permanente. As pessoas vão ter que trocar de hábitos o mais rápido possível porque, daqui a um mês, nove trens estarão circulando, com intervalos de três minutos. Não vai ser mais possível andar pelos trilhos observou Picciani.
De acordo com o secretário, agentes da CET-Rio que estão acompanhando as composições numa moto, como se fossem batedores, deverão permanecer na função até o fim da Olimpíada do Rio, com o objetivo de evitar acidentes.
A princípio, as motos da CET-Rio ficariam por um mês, mas a nossa preocupação é a segurança destacou Picciani. Estou confiante de que a população vai acabar respeitando as normas.
O VLT está circulando da Praça Mauá ao Aeroporto Santos Dumont, com oito paradas. A passagem será gratuita até o fim do mês.