Cotidiano

Número de livros vendidos no ano passado é o menor desde 2009

RIO – A crise bateu forte no mercado editorial no ano de 2015. Segundo a pesquisa ?Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro?, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e apresentada na manhã desta quarta-feira, o faturamento real das editoras caiu quase 13% no ano passado em comparação com 2014.

O número de exemplares comercializados também caiu, de 435,68 milhões em 2014 para 389,27 milhões em 2015. O número de livros vendidos foi o menor desde 2009. A pesquisa foi encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel).

O encolhimento do setor foi generalizado. As vendas para o mercado caíram 8,19%, enquanto as compras governamentais encolheram 14,98%. Em 2015, a quantidade de novos números de ISBN, registro exigido para o lançamento de um livro, caiu 10,39%. Já a quantidade de títulos reimpressos caiu 15,4%.

A produção de livros na categoria Obras Gerais registrou uma queda de 19,28% e só não foi maior do que a dos livros técnicos-científicos, de 19,76%. Assim, as obras didáticas e religiosas responderam por 68,12% de todos os livros produzidos no país, um aumento de quase 10 pontos percentuais em relação a 2014. Entre as áreas temáticas, o destaque negativo ficou com a literatura infantil e a literatura juvenil: no ano passado, a produção das duas áreas somadas caiu 58,53%.

Uma das razões para o péssimo desempenho do subsetor de obras gerais, e especificamente das áreas infantil e juvenil, foi a ausência de compras do governo federal. Em 2015, só houve aquisições através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). O Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), que comprou 31,4 milhões de exemplares em 2014, e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que adquiriu 3,2 milhões de títulos em 2014, foram paralisados no ano passado.