Cascavel e Paraná - Mesmo com uma série de ações realizadas, os números da imprudência no trânsito fizeram com que o mês de maio fechasse como um dos piores da história, com um total de nove mortes no trânsito, sendo seis dentro da cidade e três no perímetro urbano – o mês entrou para a história como sendo o mês mais violento no trânsito de Cascavel. Em maio do ano passado foram três mortes ao todo, sendo uma na rodovia e duas na cidade.
Na última sexta-feira (30) mais um grave acidente chamou a atenção de toda a sociedade devido à gravidade. O acidente aconteceu no fim da tarde, quando Franciele Alves, de 27 anos, trafegava pela Rua Vitória e no cruzamento com a Rua Souza Novas foi atingida por uma caminhonete F-250. Ela chegou a ser socorrida pelo médico do Siate, mas como o impacto foi muito forte e o veículo passou em cima do corpo, ela morreu na hora.
Os órgãos de trânsito como a Polícia Militar e a Transitar estiverem no local e aplicaram o teste do etilômetro no motorista, que não confirmou ingestão de bebida alcoólica. O trânsito foi bloqueado e o pai da vítima precisou ser socorrido no local ao saber da morte da filha, sendo atendido pelo Samu e na sequência encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Imprudência
A educadora de trânsito e presidente do Cotrans (Comitê Intersetorial de Prevenção e Controle de Acidente de Trânsito), Luciane de Moura, disse que durante todo este mês de maio foram realizadas diversas ações visando à conscientização sobre a segurança no trânsito. O tema central da campanha foi “Mobilidade Humana, Responsabilidade Humana”, que destaca a importância de reconhecer que os deslocamentos são realizados por pessoas, ou seja, um mês de conscientização.
“Infelizmente não tivemos redução, muito pelo contrário, foi o maio mais violento no trânsito de Cascavel dos últimos tempos, um maio vermelho”, disse ela. Segundo ela, os órgãos não vão desistir de trabalhar pela vida, porque não é somente o maio que se trabalha, mas durante o ano todo. “Podemos ver claramente que são imprudências ocorridas pelo comportamento humano, justamente isso que nós trabalhamos em maio, com a mudança de comportamento”, reforçou.
Segundo Moura, durante as ações educativas eles trabalham para que as pessoas entendam sobre o respeito, a empatia e a educação que fazem parte do trânsito também, mas que a meta é sempre zerar as mortes e os sinistros de trânsito. “O acidente da jovem aconteceu em um lugar sinalizado, um cruzamento com preferencial, por sinal, mas mesmo assim alguns motoristas não respeitam”, disse.
A educadora disse que na semana que vem os membros do Cotrans vão analisar o contexto de todos os acidentes que ocorreram até agora, mas que a maioria deles é comportamental, em locais sinalizados com uma placa de preferencial na outra via, tachão ou semáforo, mas ainda assim as pessoas são desatentas e é isso que está faltando, já que as pessoas têm que estar atentas ao trânsito, respeitando as placas de sinalização.
Ela disse ainda que os especialistas estão analisando uma melhora da sinalização horizontal, porque somente a vertical não está sanando, mesmo a cidade tendo sim uma boa sinalização. “Estamos colorindo bastante a cidade para chamar atenção, mas mesmo assim, não adianta a gente fazer todo esse empenho enquanto gestores do trânsito de mudança na sinalização, se as pessoas não se conscientizarem de que elas precisam prestar atenção”, frisou.
Planejamento
Moura disse ainda que, para os próximos meses eles devem intensificar as ações, já que são muitos meses até o fim do ano, mas ele será analisado já que é um planejamento flexível, investindo principalmente na educação das crianças e reforçando as ações em certos pontos da cidade, mas que num contexto geral é preciso ter empatia, praticar o respeito no trânsito. “As pessoas precisam se entender como parte do trânsito e lembrar que as pessoas esperam uma reação do outro também no trânsito, portanto, é importante ter uma reação positiva respeitar a sinalização, em que todos devem cuidar de todos”, concluiu.