O novo terminal de passageiros do Aeroporto de Cascavel está pronto desde agosto e a previsão inicial era de que a migração da antiga estrutura ocorresse até setembro, ou seja, mês passado.
De acordo com a Sesop (Secretaria de Obras), isso ainda não aconteceu porque o local não tem a liberação da FAB (Força Aérea Brasileira) para começar a funcionar nem homologação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O motivo, segundo o engenheiro responsável Sandro Camilo Rocha Rancy, é a falta de um documento referente ao plano de proteção do espaço aéreo. “Depois que os trabalhos no terminal de passageiro e do pátio foram finalizados, todos os projetos e as evidências do término das obras foram encaminhados ao Cindacta [Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo]”. Esse departamento da Força Aérea Brasileira é que regula a proteção do espaço aéreo, e informou a falta de um dos relatórios.
“Desde 2015, todos os aeroportos do Brasil precisam ter um documento chamado PBZPA, que é o Plano Básico de Zoneamento de Proteção de Aeródromo. Não tínhamos. O departamento de engenharia da prefeitura reuniu então todos os cadastros topográficos das construções do aeroporto e do entorno do local, inclusive uma parte do Bairro Santos Dumont, localizado do outro lado da BR-277, onde fica a cabeceira 15, que é de aproximação da aeronave, e encaminhou novamente para o Cindacta II em Curitiba”, explica o engenheiro.
Toda a documentação está na terceira revisão. “Com a aprovação e o deferimento desse plano, vamos encaminhar a documentação para a Anac, que fará a última vistoria e vamos ter então todas as liberações para que os passageiros possam utilizar o novo aeroporto”.
O aeroporto de Cascavel tem voos com destino a Curitiba, Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Porto Alegre, em operações das companhias Gol e Azul.
A obra envolveu mais de dez contratos e investimento de cerca de R$ 40 milhões.
Azul também testa fingers
Em julho, uma aeronave 737-700 da Gol Linhas Aéreas foi colocada na pista para testar os fingers (pontes de acesso que ligam o terminal de passageiros aos aviões).
No início da última semana, foi a vez de os aviões da Azul Linhas Aéreas testarem os fingers, que terão capacidade para atender todas as aeronaves que fazem voos domésticos no País, como modelos Embraer, Boeing e Airbus.
Aqui, no Paraná, além de Cascavel, apenas os aeroportos de Curitiba e Foz do Iguaçu possuem os equipamentos.
Os servidores da Transitar (Autarquia de Mobilidade, Trânsito e Cidadania), que atuam no aeroporto, passaram por capacitação para operar os equipamentos.
Pátio de aeronaves
A concretagem do pátio de aeronaves é considerada pelo engenheiro Sandro Camilo Rancy uma das partes mais importantes no projeto de revitalização, modernização e ampliação do aeroporto. “A espessura do piso é de 34,5 centímetros de concreto, além de uma malha de aço, suficiente para suportar o peso das aeronaves que vão decolar ou pousar em Cascavel. Projetamos nosso aeroporto para operar até um Boeing 737-800 e ele tem um peso de aproximadamente 80 toneladas”, revela Rancy.