Foz do Iguaçu – O cruzamento de dados do Instituto Nacional de Meteorologia, com informações do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), revela que o oeste do Paraná teve um dos outonos mais quentes dos últimos 20 anos. Com temperaturas mínimas na casa dos 12ºC, este foi outono sem um único registro de geada no oeste. Aliás, a menor temperatura na região foi 8ºC, no último dia 5, e as tardes mais parecem com as de verão, com quase 30ºC em muitos municípios, como Foz do Iguaçu, Guaíra, Marechal Rondon e Toledo no último fim de semana.
A chegada de uma massa de origem polar ontem mudou a cara do tempo, mas nada que deva preocupar os que não gostam de frio ou animar aqueles que adoram temperaturas baixas. Aliás, a chegada deste inverno traz preocupação extra aos lojistas que renovaram os estoques para a estação. As previsões indicam que ela não deverá contribuir com as vendas de casacos pesados, botas e adereços.
Segundo a meteorologista Josélia Pegorim, do ClimaTempo, haverá queda nas temperaturas sem condições para geada, mas com a possibilidade de ventos fortes e chuvas ocasionais a partir desta quinta-feira. “As temperaturas caem mais expressivamente no Sul nesta quinta-feira e seguem baixas no fim de semana, mas não há possibilidade de serem as temperaturas mínimas recordes. O inverno vai chegar com cara de inverno, mas será apenas uma coincidência porque isso muda logo”, acrescentou.
O inverno começa oficialmente às 12h54 desta sexta-feira (21). E para quem espera que as temperaturas caiam a partir de agora, a notícia não é animadora. “O inverno deste ano não será de grandes sobretudos, será um inverno quente. Teremos algumas condições de geada no Paraná em julho, mas em agosto e setembro a estação mais se parecerá com o outono, tardes quentes e noites mais amenas. Não teremos grandes frios desta vez. Neve mesmo só nas serras gaúcha e catarinense e se tiverem condições muito favoráveis, se houver sorte, se não, nem isso”, afirmou a meteorologista.
A expectativa é para que a nova estação seja bastante chuvosa no Paraná. Essas duas condições, de calor e chuva, ainda são reflexo da influência do fenômeno El Niño que interfere no clima do Brasil desde o último verão. Ele seguirá dificultando a entrada de ar frio de origem polar sobre o interior de todo o Brasil, fazendo com que quase todas as ondas de frio sejam desviadas para o oceano. A reta final do inverno deverá ser marcada por temperaturas acima da média, indicam as previsões meteorológicas. “O frio poderá dar as caras na região neste mês de julho, mas por um curtíssimo espaço de tempo, e poderá variar de quatro a no máximo sete dias com duas grandes frentes frias que atingem a região no próximo mês”.
Geadas intensas ficarão apenas para o Rio Grande do Sul, algumas regiões de Santa Catarina e para o sul do Paraná.
Reportagem: Juliet Manfrin