Cotidiano

Cerveró diz que filho de FH era ?elemento de pressão? em negócio

BRASÍLIA ? Em depoimento, o ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse que o ex-presidente da estatal Philippe Reichstul o orientou a fechar negócio com uma empresa vinculada a Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Segundo Cerveró, Paulo Henrique era um dos diretores da empresa contratada e ?foi colocado como elemento de pressão (para fechar o negócio)?.

De acordo com Nestor Cerveró, ?o filho (de FH) fazia parte da sociedade que fez a térmica da Reduc” (em referência à refinaria da Petrobras de Duque de Caxias).

? Ele não sabia nem o que era uma termoelétrica ? diz Cerveró no depoimento, cujo vídeo foi divulgado nesta segunda-feira, após o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, retirar o sigilo das investigações.

O depoimento faz parte da delação premiada de Cerveró, investigado na Operação Lava-Jato, que apura principalmente irregularidades na Petrobras. O acordo de delação prevê que Cerveró deixe a prisão no próximo dia 24 e devolva mais de R$ 17 milhões aos cofres públicos, por conta dos crimes cuja autoria assumiu durante as investigações da Lava Jato.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, na última sexta-feira, que o conteúdo da delação de Nestor Cerveró à Lava-Jato “não tem qualquer fundamento”. Na ocasião, o ex-presidente publicou nota sobre o assunto em uma rede social. No texto, Fernando Henrique negou que o filho tenha ligações com a empresa citada por Cerveró, a PRS Participações.

“Notícias veiculadas pela mídia a propósito de delação do senhor Nestor Cerveró sobre o governo FHC não têm qualquer fundamento. Paulo Henrique Cardoso nunca foi ligado à empresa PRS, nunca ouviu falar dela nem, portanto, teve qualquer relação comercial com a referida empresa, nem, muito menos, teve algo a ver com compras da Petrobras”, diz um trecho da nota.