RIO – Policiais da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), com apoio de
outras unidades, devem realizar buscas nesta quinta-feira no Morro da Barão, na Praça Seca,
para localizar a casa onde a adolescente que sofreu dois estupros coletivos
esteve antes dos crimes. A jovem esteve nesse imóvel com uma amiga, com Raí de
Souza e o jogador de futebol Lucas Perdomo. De lá, teria sido levada por
traficantes até a parte alta do morro, onde foi estuprada. Segundo a delegada
Cristiana Bento, titular da Dcav, a localização do endereço é importante para
que a polícia possa esclarecer a dinâmica do caso:
? A gente precisa saber o local para descobrir a distância entre a residência
onde ela estava e a casa para onde foi levada. Como foi para lá? É importante
esclarecer isso. Estupro – 06/06
A delegada também pretende ouvir novamente a vítima, mas, desta vez, por
videoconferência, já que a jovem foi incluída com a família no Programa de
Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), do Ministério da
Justiça. A ideia é que a jovem possa esclarecer como foi levada de uma casa para
outra dentro da favela antes de sofrer os estupros.
Na quarta-feira, Lucas Perdomo prestou novo depoimento para
explicar alguns pontos de suas declarações, que divergiram da versão dada pela
amiga da vítima. Ele também descreveu a casa onde esteve, mas se recusou a ir
até o morro para ajudar a polícia a localizar o endereço.
CINCO JÁ INDICIADOS
Segundo a delegada, a polícia tenta agora resgatar imagens
que foram apagadas do celular de Raí, que filmou pelo menos um dos estupros
sofridos pela jovem, para que sejam identificados outros autores do crime.
A polícia já indiciou Sérgio Luiz da Silva Junior, o Da Russa, Raí de Souza,
Moisés Camilo de Lucena, Raphael Assis Duarte Belo e o traficante identificado
apenas como Pernin pelo estupro. Já Michel Brasil da Silva e Marcelo Miranda da
Cruz Correa são acusados de divulgar os vídeos.
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