SÃO PAULO – A atividade do setor de serviços do Brasil voltou a piorar em maio, com uma queda maior em novos negócios pressionando a atividade e levando a mais demissões e a redução de preços, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada pelo Markit nesta sexta-feira.
O PMI de serviços do Brasil recuou para 37,3 em maio, contra 37,4 em abril, segunda leitura mais baixa na história da pesquisa, iniciada em março de 2007, e permanecendo bem abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
“Como tem acontecido há algum tempo, não parece haver sinais de melhora na economia brasileira, com o PMI indicando uma queda ainda mais forte do PIB durante o segundo trimestre”, disse a economista do Markit Pollyanna De Lima, em nota.
Com a piora também do setor industrial, o PMI Composto brasileiro atingiu o menor patamar da pesquisa, recuando para 38,3 em maio, ante 39 em abril.
A queda na quantidade de novos negócios levou à redução no volume de produção pelo 15º mês seguido no setor de serviços, resultado atribuído por empresários do setor de serviços às recentes turbulências políticas e dificuldades econômicas.
O nível de emprego voltou a cair no mês passado, com a menor necessidade de produção e busca por corte de custos provocando novas demissões. A taxa de cortes foi a segunda mais acentuada da história da pesquisa, atrás somente do recorde observado em abril.
Os custos médios de insumos subiram em maio, embora a inflação tenha sido a mais fraca desde janeiro. Apesar deste aumento, os prestadores de serviços reduziram os preços cobrados pelo segundo mês seguido, como parte dos esforços para atrair novos negócios. Segundo o Markit, a taxa de desconto foi a mais acelerada desde o início da pesquisa.
Apesar do cenário de incertezas que vem rondando a economia brasileira, os provedores se serviços melhoraram o otimismo em maio, com o índice de expectativas de negócios atingindo o maior patamar em oito meses.
A melhora nas expectativas também foi registrada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em seu Índice de Confiança de Serviços (ICS) do Brasil. O dado de maio mostrou alta de 1,2 ponto, a 70,5 ponto, o maior patamar desde julho do ano passado, influenciado pelo índice de expectativas.