Cotidiano

Leitos do SUS mais que dobram em cinco anos

O motivo, conforme o levantamento, é que o Ministério da Saúde está investindo em outros modelos como, por exemplo, fortalecimento da atenção básica

Cascavel – Uma pesquisa divulgada no mês passado relacionada à cobertura nacional, feita pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), apontou que mais de 23 mil leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) foram fechados nos últimos cinco anos.

O motivo, conforme o levantamento, é que o Ministério da Saúde está investindo em outros modelos como, por exemplo, fortalecimento da atenção básica, ampliações das cirurgias e ainda os tratamentos que estão sendo feitos em âmbito ambulatorial.

Em Cascavel, de acordo com o ex-diretor da 10ª Regional de Saúde, Miroslau Bailak, os números não caíram na mesma proporção. Segundo Bailak, mesmo com o fechamento do antigo Hospital Santa Catarina e a perda de 60 leitos, outras unidades ampliaram seu atendimento. “Falo dos hospitais privados, como o Hospital São Lucas e Nossa Senhora da Salete, mas também do próprio Hospital Universitário”.

Questionado em relação a um dos maiores problemas enfrentados no dia a dia, a falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Bailak disse que em cinco anos o total disponível passou de 34, em 2011, para 76 atualmente. “Poderia ter mais se os leitos do Hospital Giácomo Lunardelli estivessem funcionando. Mas devido aos baixos valores pagos pelo SUS, o proprietário não tem interesse em reabrir”.

Conforme Miroslau, logo após a reforma da unidade, o Governo do Estado disse que, caso o hospital atendesse pacientes, pagaria pelos procedimentos realizados. “O diretor disse que não tem interesse com o valor que é pago atualmente porque não podem trabalhar com prejuízo”.

Sobre a necessidade de mais leitos de UTI, Miroslau disse que a falta está diretamente ligada ao valor pago pelo SUS. “A Portaria 2.395 do Ministério da Saúde autoriza os estados a pagar R$ 800 a diária aos hospitais. Isso já foi implantado no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e no Paraná somente na Região Metropolitana de Curitiba e em Londrina. Nos demais municípios são R$ 470, o que está bem abaixo do custo para os hospitais”.

Ele destacou ainda que planos de saúde, por exemplo, pagam em média R$ 1,2 mil a diária e na rede privada os valores oscilam entre R$ 3 mil para adultos, R$ 5 mil para crianças, podendo chegar, dependendo do procedimento e das intervenções necessárias, a R$ 30 mil.