RIO – A francesa Engie, controladora da geradora Tractebel Energia, quer vender cinco blocos para exploração de reservas de gás natural que possui no Maranhão e na Bahia, disse nesta segunda-feira o presidente da empresa no país, Maurício Bähr, ao participar de evento da companhia no Rio de Janeiro.
Ele disse ainda que a companhia não tem interesse na aquisição de ativos da Petrobras como terminais de Gás Natural Liquefeito (GNL) e usinas termelétricas.
Segundo o executivo, a busca pela venda dos blocos para exploração de gás que a companhia detém no Brasil faz parte de uma estratégia global da Engie de focar em geração renovável.
“Começamos um movimento de não investir mais em tecnologia com emissão de CO2, embora o gás emita com menos impacto… vamos investir 100% em renovável, como hidrelétrica, solar e eólica”, afirmou Bähr.
Segundo ele, a ideia da companhia é “sair gradativamente” de ativos de exploração e produção de gás no mundo inteiro.
“Os blocos no Brasil vão junto nessa ação global. É um processo de venda a nível global”, disse Bähr, que não quis estimar um prazo para viabilização do negócio.
Ele também disse que o grupo não negocia uma eventual aquisição de termelétricas e terminais de Gás Natural Liquefeito (GNL) que a Petrobras pretende vender como parte de um amplo programa de desinvestimentos.
“Não tem nenhuma negociação em curso? não há nenhum interesse específico nos ativos da Petrobras”, disse o executivo.
Ele afirmou ainda que a indústria de gás natural no Brasil é fortemente dominada pela Petrobras e defendeu uma maior abertura para investidores privados.
“Hoje há um domínio forte da Petrobras que faz ser muito difícil outros agentes privados se inserirem nessa cadeia. É preciso um marco regulatório de livre acesso antes de entrar em negociações para compra de ativos”, explicou.
NEGOCIAÇÃO COM VLT
O presidente da Engie ainda disse que a Tractebel negocia um contrato de venda de energia elétrica para a VLT, concessionária responsável pela implementação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Rio de Janeiro, que está sendo parcialmente inaugurado nesta segunda-feira.
De acordo com o executivo, as empresas deverão fechar um contrato para fornecimento de energia renovável pela Tractebel à concessionária com duração de 4 ou 5 anos e início de suprimento a partir de novembro deste ano.