BRASÍLIA O presidente interino Michel Temer irá esperar a decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre os pedidos de prisão de quatro peemedebistas da cúpula do partido para o governo se pronunciar. O assunto foi tratado em conversa entre Temer e ministros na manhã desta terça-feira, mas a definição foi de aguardar desdobramentos.
O GLOBO revelou nesta terça-feira que o procurador-geral da República, Rodirgo Janot, pediu ao Supremo a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento de Temer. Renan, Sarney e Jucá foram flagrados tramando contra a Operação Lava-Jato em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
O Bom dia Brasil, da TV Globo, confirmou também que houve pedido de prisão para o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mas o motivo direto do pedido não seria a tentativa de atrapalhar as investigações da Lava-Jato, e, sim, por conta de que a decisão de Teori, em maio, de afastá-lo da presidência da Câmara e do mandato, não surtiu efeito e o deputado continuou interferindo no comando da Casa.
Se os pedidos forem concedidos, a avaliação de pessoas próximas ao presidente é de que abrirão uma crise sem precedentes no país com eventual afastamento do presidente de mais um Poder, desta vez Renan Calheiros, no Senado.