Cotidiano

Padilha: Interferência do governo no processo de cassação de Cunha é zero

2016 913539298-201606021513389735.jpg_20160602.jpgBRASÍLIA ? O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou que o governo interino tenha qualquer interferência no processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara. Padilha disse ainda que o envolvimento da cúpula do partido e do governo na Lava-Jato não atrapalha a agenda legislativa para aprovar medidas econômicas.

? A interferência do governo é zero ? declarou Padilha, e completou: ? A questão da limitação ou não da atuação do deputado Eduardo Cunha é uma questão primeiro do Legislativo e depois do Poder Judiciário. Não tem absolutamente nada a ver com o Poder Executivo.

Além de reforçar que o governo “pura e simplesmente” observa o caso Cunha, o chefe da Casa Civil negou que a crise política que vive a gestão interina atrapalhe a aprovação de medidas econômicas pelo Congresso. Ao ser perguntado se o envolvimento de caciques peemedebistas na Lava-Jato pode obstruir pautas no Legislativo, Padilha ressaltou as vitórias recentes do governo interino, e disse que não há qualquer obstáculo.

? Os fatos falam mais do que mil palavras. Quais foram os números das aprovações dos governo? Mais do que dois terços. Resposta: não (atrapalha) ? limitou-se a responder.

Nesta terça-feira, O GLOBO revelou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). A “TV Globo” mostrou que Janot também pediu a prisão de Cunha.

Também na terça, o Conselho de Ética adiou mais uma vez a sessão em que poderia ser votada a cassação de Eduardo Cunha. Deputados que querem que ele seja cassado suspeitam de um acordo do governo Temer com o PRB – partido de Tia Eron (BA), considerada voto decisivo para a votação, e do ministro Marcos Pereira (Indústria e Comércio). Padilha recebeu Pereira em seu gabinete na última segunda, mas ele e o Planalto negam que o encontro tenha tratado do voto de Tia Eron.