Opinião

Coluna Juliano Gazola: Qual a finalidade do seu ato

Coluna Juliano Gazola: Qual a finalidade do seu ato

Coluna Juliano Gazola: Qual a finalidade do seu ato

Quem opera pelo prazer, ou seja, aqueles indivíduos que desejam o prazer como a finalidade dos atos que comete ficam expostos a amá-lo com excesso. Porque já não se guiam pelo fim que impõem limites a sede imoderada do prazer, que existe em cada um de nós.

O amor imoderado ao prazer não é um privilégio dos homens e mulheres que vivem no ano de 2022, mas o desejo imoderado pelo prazer é tão antigo quanto o mundo, é tão antigo quanto à existência humana.

Vale também analisar, para fazer cair alguns fetiches que temos acerca de nosso desenvolvimento humano é aquela ideia de que antigamente as coisas eram mais fáceis.

Ah, se eu vivesse nos anos 20, se eu vivesse no século 18, tudo seria mais fácil. Porque hoje em dia nós temos muito acesso a tentações, tudo é uma tentação.

Vou ao restaurante e tem mil opções de prato para escolher, depois vou para casa e ela pode ser toda automatizada, posso ligar várias coisas a distância.

Antigamente, quando os homens e mulheres não tinham nada disto, era muito mais fácil controlar. Será que é verdade mesmo?

Ora, tanto os textos da escritura quanto os tratados sapienciais e teológicos sobre a verdade da natureza humana apontam no sentido contrário. O homem e a mulher sempre tiveram esta sede imoderada pelo prazer.

Esta é uma análise espiritual muito profunda, pois nos escancara uma ideia que deveria ser definitiva em nossos corações. Ficamos de fato expostos a amar o prazer com excesso.

Mas vamos lá, qual o problema de amar alguma coisa em excesso? O amor! O amor não é bom? Claro que sim! Mas o amor deve se ordenar as coisas, que são um bem. O prazer é bom, mas não é um bem em si, o prazer está articulado com algumas finalidades.

Quero reforçar aqui, que toque a sua razão mais profunda. Quando nós olhamos para o prazer como uma finalidade, ficará evidente que teremos uma vida carregada de muita frustração. E a frustração gera tristeza, tristeza gera revolta e a revolta gera afastamento.

Isto é inevitável, o amor ao prazer gera muita frustração porque a realidade do prazer ela é transitória e fugaz.

Se concentre nesta afirmação: qualquer ato prazeroso que você tenha, por mais prazeroso que seja, desde a alimentação, passando pelo sexo, a contemplação do belo, qualquer coisa que dê prazer. O prazer físico, sobretudo ele, dura pouquíssimo tempo.

Quanto tempo dura o prazer de saborear uma pizza? Analise com uma dose saudável de meticulosidade. O efeito prazeroso de qualquer ato é muito transitório. Será muito frustrante você projetar uma vida inteira para conquistar algo que não se sustenta.

Fique atento à finalidade dos atos. O ato sexual é um exemplo, ele representa a união, a intimidade e a procriação. A união do casal e a abertura a vida. Qual a finalidade da convivência com os outros? Ser um suporte de esperança e de amor.

Às vezes, teremos muito, pouco ou nenhum prazer ao desenvolver estes atos, mas a finalidade é muito concreta. Amar imoderadamente o prazer em cada um dos atos leva a tristeza final como consequência.

Medite sobre isto.