Cascavel – A pandemia não impediu as fiscalizações das safras de inverno e verão nas propriedades paranaenses em 2020, que aumentaram 80% ante 2019. As ações fiscalizatórias foram presenciais e remotas. Fiscais do Crea-PR alertaram sobre a importância dos responsáveis técnicos nas lavouras; verificaram o preenchimento das ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) das atividades agrícolas realizadas e as emissões do Receituário Agronômico – documento com a prescrição de uso dos defensivos agrícolas. No ano passado, foram abertos 3.907 Relatórios de Fiscalização (RFs) de culturas agrícolas no Estado, sendo 2.103 do ano anterior. As lavouras de soja, milho e trigo foram as principais fiscalizadas.
Na regional de Cascavel, que compreende 52 municípios, o número saltou de 390 em 2019, para 505 em 2020, aumento de 29%. O levantamento é do Defis (Departamento de Fiscalização) do Conselho, que também aponta que mais de 60% dos processos de culturas agrícolas de 2020 já foram arquivados, sendo que em 80% deles houve regularização.
Considerando o total de RFs gerados, a regularização ocorreu em mais de 50% dos casos até o momento. Este número é provisório, pois a safra de verão 2020/2021 está em andamento e ainda há muitos processos em trâmite (1.398) que podem ser regularizados.
Assim como todas as atividades das engenharias, agronomia e geociências que o Crea-PR fiscaliza, a fiscalização nas propriedades rurais resulta do impacto na saúde das pessoas e do meio ambiente, pois a agronomia é a responsável por levar o alimento até a mesa da população. Por isso, a produção deve ocorrer de maneira sustentável, com a aplicação das melhores técnicas de produção e qualidade, ressalta a engenheira ambiental Mariana Maranhão, gerente do Defis.
“O papel do profissional é orientar o agricultor na escolha das melhores técnicas, como fazer o plantio, melhores maquinários, evitar pragas de forma controlada, e até mesmo na conservação do solo. E isso reflete desde a otimização de recursos para o produtor, como diretamente na qualidade do nosso alimento, que deve ser produzido de uma forma sustentável e benéfica para a saúde”, explica.
Quando uma irregularidade é encontrada, os fiscais orientam o produtor rural sobre a importância do profissional habilitado na produção agrícola. Ela explica que na maioria dos casos o problema é resolvido de imediato.