Assim como no restante do mundo, os casos do novo coronavírus começam a subir no Brasil. Por enquanto, a maioria (se não todos) dos casos foi diagnosticada em pessoas que voltaram da Europa e da Ásia e buscaram atendimento médico na rede privada.
Com a confirmação da transmissão interna é que a situação se agrava, pois todos passam a ficar suscetíveis ao vírus, inclusive aqueles que não têm dinheiro para ir à Europa, tampouco pagar por um exame particular. Ou seja, logo logo ele chegará ao SUS. E então é que o verdadeiro caos começa.
Em boa parte do País, a rede pública está entupida de pacientes com dengue, inclusive leitos de UTI. O início do outono, daqui a duas semanas, traz consigo as tradicionais gripes, muitos dos casos variantes da hoje bem conhecida gripe A, que ainda mata muita gente.
A preocupação de o novo coronavírus chegar ao SUS remete ao que aconteceu quando a gripe A (H1N1) chegou ao Brasil, em 2009. Em apenas quatro meses, ao menos 557 pessoas morreram, levando o País a liderar o número de mortes pela pandemia em todo o mundo.
Naquele ano, 78% dos casos de gripe no País já eram decorrentes do H1N1 e 20% das mortes mundiais eram brasileiras.
Com o tempo, aprendemos a “conviver” com a nova doença, que foi ganhando variantes ainda mais graves. Foram desenvolvidas vacinas e desde então todos os anos tem campanha de vacinação, quase sempre específica para os grupos de maior risco. Mas ela ainda faz muitas vítimas. Ano passado, por exemplo, foram 787 mortes diagnosticadas.
O Brasil do SUS não está preparado para nenhuma nova doença.