Por muito tempo, a medicina foi tratada como a área do conhecimento que deveria lutar contra a morte. Como escreveu Rubem Alves, “a medicina é uma luta pela vida boa, da qual a morte faz parte”. Essa é a principal definição para os cuidados paliativos: um conjunto de práticas que tem como principal objetivo garantir que as pessoas estejam protegidas de possíveis sofrimentos trazidos por doenças mais graves que ameaçam a vida.
Entre as competências do especialista dessa área, está a oferta de serviços que incluem o alívio e a prevenção de alguns incômodos físicos e emocionais. Esse profissional fornecerá os cuidados não apenas para os pacientes, mas também para os familiares, que são afetados pelos efeitos da doença.
O reconhecimento de doenças que não podem ser revertidas não significa que o paciente deixará de receber os cuidados necessários para estender sua vida com mais qualidade e bem-estar. Não se trata de encurtar a vida, mas, sim, de vivê-la de maneira mais plena e em sua totalidade.
O termo “paliativo” é um dos grandes motivos para esses cuidados ainda serem um tabu dentro de hospitais e clínicas. Ao passar a ideia de que são cuidados temporários, muitos acabam por diminuir sua importância, quando, na verdade, são essenciais.
Cuidando do sofrimento
Enquanto a maior parte dos tratamentos se foca na resolução das doenças, também se torna necessário trazer os cuidados para o sofrimento provocado por essa situação. Equipes multidisciplinares, contando com psicólogos, médicos, enfermeiros, entre outros, podem auxiliar nesse processo.
Além disso, esses cuidados não precisam ficar restritos às técnicas da medicina mais tradicional. Ao ampliar as possibilidades de abordagem do sofrimento, pode ficar mais fácil melhorar a qualidade de vida.
Doenças psicológicas, como a depressão ou a ansiedade, podem ser um problema ainda maior para quem já está sofrendo. Os cuidados paliativos oferecem maior perspectiva e servem também como cuidados preventivos a outras doenças que podem agravar a situação emocional de um paciente.
Preparo dos profissionais
Do curso de enfermagem ao curso de medicina, todas as áreas de cuidados com a saúde física e mental já começam a ser orientadas para a existência desses cuidados e a importância que eles exercem nessas situações.
Além das disciplinas dentro dos cursos de graduação, há diversas especializações e cursos livres para orientar esses trabalhadores da saúde ou de outras áreas para acolher essas dores e propor soluções.
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