O equilíbrio entre tomar e dar só é possível entre iguais. É diferente entre pais e filhos. Os filhos nunca poderão devolver nada equivalente aos seus pais. Eles gostariam de fazer isso, mas não é possível para eles. (Bert Hellinger, Zweierlei Glück, p. 25)
O que produz o desnível intransponível entre tomar e dar na relação pais-filhos? O que é impossível aos filhos de devolver aos pais? Afinal, muitos filhos têm o sentimento (alguns fazem até questão de dizer isso abertamente) de que deram e dão aos pais infinitamente mais do que deles receberam!
Aquilo que os filhos são incapazes de devolver aos pais é a VIDA! O filho chega à vida por meio dos pais. Não fossem os pais não existiríamos. Simples assim. Tudo o que segue à vida somos capazes, sim, de devolver. E disso que veio depois da vida, é verdade também, alguns filhos devolvem muito mais do que receberam.
Assim, em virtude do fato de ser impossível aos filhos devolver aos pais a vida que deles receberam, os filhos ficam para sempre em dívida com eles. Essa dívida torna o vínculo entre pais-filhos ainda mais fortalecido. Isso faz com que os filhos encontrem dificuldades no momento de se separarem dos pais.
Em qual momento o filho sente de modo mais intenso esse vínculo com os pais e a dificuldade de se separar deles? No momento em que se decide a criar o seu próprio sistema familiar. Nesse momento ele precisa separar-se emocionalmente dos pais, precisa abandonar o sistema de origem e, em geral, inclusive fisicamente.
Abandonar a família de origem produz culpa, porque o filho sente – ainda que inconscientemente – o peso da dívida com seus pais. Nesse momento o impulso para ser capaz de abandonar a família de origem vem exatamente da dívida: quando alguém não consegue compensar um desequilíbrio tende a se afastar. Não fosse assim, não seríamos capazes de criar uma nova família!
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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar
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