Curitiba – A operação de privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia) foi concluída com a venda das ações da companhia na Bolsa de Valores de São Paulo. O processo iniciou em novembro de 2022, com a aprovação de uma lei estadual permitindo a privatização. Com a oferta, o governo do Paraná deixa o controle societário da Copel, pulverizando o controle da distribuidora.
A venda das ações resultou em R$ 4,5 bilhões, contudo, os valores negociados com as ações da companhia somaram mais de R$ 5,2 bilhões com a comercialização de um lote complementar.
No total, 549.171.000 ações foram ofertadas na Bolsa pelo Governo do Paraná. Acionistas da empresa tiveram até ontem (9) para declarar interesse na compra dos papeis. A operação de venda deverá ser concluída nessa quinta-feira (10), com a liquidação na sexta-feira (11), quando os compradores terão que quitar o lote adquirido.
O preço unitário das ações da Copel foi fixado em R$ 8,25 na oferta pública. Para desestatização, a Copel anunciou 549 milhões de ações ordinárias, sendo 319.285.000 do Estado do Paraná e 229.886.000 ações emitidas pela própria empresa. A maioria das ações foi reservada pelos bancos BTG Pactual, Itaú, Bradesco e Morgan Stanley.
Desse montante, R$ 3,1 bilhões serão revertidos, obrigatoriamente, por força de lei, em investimentos no Estado. A Copel, por sua vez, deve receber cerca de R$ 2 bilhões que serão usados para pagar os R$ 3,7 bilhões de outorga da renovação das concessões das três hidrelétricas aqui no Paraná, Foz do Areia, Salto Segredo e Salto Caxias.
Com a venda de ações, o governo do Paraná reduz praticamente pela metade, de 31% para cerca de 15%, o capital total da companhia e deixa de ser o acionista controlador. A Copel, por sua vez, finaliza os trâmites para mudar de estatal para corporação.
A lei que autorizou a privatização da Copel foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná em novembro de 2022 e estabeleceu que nenhum acionista possa ter mais de 10% do capital votante. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União autorizou a renovação da concessão de três hidrelétricas da Copel.
Na segunda-feira (7), o conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná, Mauricio Requião tentou barrar a venda da estatal, contudo, decisão do presidente do TCE, Fernando Guimarães, anulou a decisão de Requião, dando prosseguimento ao feito.
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