Mas se os cascavelenses precisam pôr a mão do bolso e repassar pelo menos R$ 27 milhões aos cofres municipais para manter os serviços de limpeza pública urbana, a empresa OT Ambiental nem mesmo aceitou sentar frente a frente com seus trabalhadores para negociar o reajuste anual previsto em contrato. Diante da situação, a Justiça do Trabalho teve de ser acionada pelo Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação) para definir o reajuste da categoria. A audiência está marcada para 5 de maio.
A empresa venceu a licitação em dezembro de 2017, no apagar das luzes da gestão de Edgar Bueno (PDT), com valor de R$ 207 milhões pela prestação de serviço por 60 meses. Por mês, a empresa recebe quase R$ 3 milhões. O certame deu origem a uma investigação (que está em andamento) que apura eventual direcionamento para que a empresa vencesse a disputa pública.
A data-base dos 230 servidores é fevereiro. Desde então há uma tentativa de negociação, que não avançou.
Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de 8% piso salarial, mesmo percentual aplicado sobre o vale-refeição e a assiduidade. Eles querem receber também o vale-alimentação durante as férias, além de ganhos em outras cláusulas.
Ano passado, o reajuste foi inferior a 4%.
Este é o segundo ano consecutivo que a categoria precisa ingressar na Justiça do Trabalho para negociar melhorias. “A empresa não nos deu resposta, por isso ingressamos com pedido de ajuda da Justiça do Trabalho. Estamos abertos para tentar um acordo antes da audiência, o que achamos muito difícil”, adianta a presidente do Siemaco, Angela Maria de Oliveira Meireles.
Greve no HU é deflagrada
Pela terceira vez neste ano, os terceirizados no serviço de limpeza no Hospital Universitário de Cascavel ameaçam cruzar os braços. Desta vez, a greve está prevista para começar neste sábado. Quase 60 servidores estão sem receber os salários do mês passado, que deveriam ter sido depositados sexta-feira passada pela empresa Santa Paula – Claudio Antonio Moraes Eirelli. Com isso, a categoria já ingressou com indicativo de greve. Se até sexta-feira os pagamentos não forem efetuados, os servidores vão manter apenas 30% do efetivo no HU – obrigatórios por lei. Cada prestador de serviço recebe por mês R$ 990 por seis horas diárias de trabalho.
Reportagem: Josimar Bagatoli