Cascavel – Nas próximas semanas o jornal O Paraná irá apresentar uma série de entrevistas exclusivas com vereadores eleitos pela primeira vez para o exercício do mandato. O objetivo é aproximar os eleitores das propostas e trajetórias dos novos representantes da cidade. Para abrir a série, o primeiro entrevistado é Hudson Moreschi, ex-secretário de Assistência Social de Cascavel e que obteve 2.346 votos, tornando-se o candidato mais votado entre aqueles que fazem sua estreia no Legislativo. Hudson apresentou a perspectiva que tem sobre a Câmara de Cascavel e compartilhou suas ideias e compromissos para o mandato. Assista o vídeo no final da matéria.
O Paraná – Hudson essa foi a sua segunda candidatura. Como você avalia esses 2.346 votos recebidos?
Hudson Moreschi – Eu acredito muito que, primeiramente, é o resultado de um trabalho que eu fiz à frente da Secretaria de Assistência Social, um trabalho que eu devo muito aos meus companheiros de secretaria que me colocaram em uma condição de protagonista. Então acredito que isso fez bastante diferença para que eu pudesse estar eleito com uma boa expressividade de votos e poder, agora, na Câmara Municipal representar essa bandeira que tanto fez por mim. São 18 anos de carreira junto à assistência social e, com certeza, a assistência social será uma das bandeiras prioritárias que terei na Câmara Municipal.
O Paraná – Quais eram as expectativas para a eleição desse ano? Você acreditava que o trabalho como secretaria poderia render esses frutos?
Hudson Moreschi – Na política nós estudamos muitos números. A política é muito matemática. Então, como eu fiz na última oportunidade 830 votos, a nossa expectativa, o nosso trabalho era que nós, de repente, conseguíssemos chegar a 1.500 votos. Porque, mesmo assim, seria muito voto. Seria quase dobrar a votação da última oportunidade. Então, de verdade, estou extremamente feliz de ter praticamente triplicado a quantidade de votos que eu fiz na primeira oportunidade e poder agora representar essas pessoas que confiaram no nosso trabalho, no nosso projeto e agora ter a oportunidade de fazer um grande trabalho na Câmara Municipal.
O Paraná – Além de ser um dos vereadores mais votados, você é um dos mais novos. Qual a importância dessa renovação e dessa juventude na Câmara de Cascavel?
Hudson Moreschi – Bom, a renovação é importante porque ela traz uma oxigenação à política pública municipal, novas ideias, novas energias para que a gente possa contribuir com os vereadores mais experientes. Não estamos aqui nos colocando como opositores, mas pelo contrário, eu acredito que com diálogo, com respeito, nós possamos fazer uma grande legislatura. Os 21 vereadores juntos, unindo a experiência com a juventude. E assim, através do diálogo, possamos nos respeitar e fazer um grande trabalho.
O Paraná – Quais as suas expectativas para o Poder Legislativo?
Hudson Moreschi – As minhas expectativas principalmente são de estar junto à população. Farei um trabalho de organização, de planejamento. Pretendo ter uma agenda fixa nos bairros, visitando os presidentes de bairro, visitando as comunidades, visitando o interior de forma constante. Até para que na próxima legislatura nós possamos ter um trabalho já muito bem encorpado e possamos fazer também, quem sabe, uma nova campanha de forma mais fortalecida.
O Paraná – Você foi secretário municipal por oito anos. Caso haja o convite do prefeito eleito Renato Silva para voltar à Secretaria de Assistência Social, você deve aceitar esse convite ou pretende cumprir o mandato como vereador?
Hudson Moreschi – A política de assistência social é uma política que eu amo de coração, fiz toda a minha carreira dentro da secretaria, tive muitas oportunidades, fui secretário por quase oito anos, mas eu vejo que quando me coloquei como candidato a vereador, e fui eleito, eu devo um compromisso às pessoas que acreditaram no meu trabalho, no nosso projeto. A minha vontade é de ser vereador no município de Cascavel. Em respeito a todas essas pessoas e também pelo fato de que, estando vereador, também conseguirei trabalhar em favor das pessoas menos favorecidas, representar a política de assistência social e, além disso, também ser um servidor público na Câmara representando também os 10 mil servidores públicos de Cascavel, que foi outra bandeira que eu trabalhei muito forte na minha caminhada. Então, por esses motivos, eu ficarei muito feliz se vier o convite para estar secretário, mas a minha vontade hoje é estar vereador no município de Cascavel.
O Paraná – Você acredita a sua experiência dentro do Poder Executivo como funcionário, isso tende a tornar a sua vida na Câmara mais fácil?
Hudson Moreschi – Nós falamos muito sobre isso na minha caminhada na campanha. Como eu tenho 18 anos de carreira como servidor público e passei por todas as funções existentes hoje dentro da Prefeitura, que é estar encarregado de setor, estar coordenador de programa, gerente administrativo financeiro, diretor e secretário, isso me dá uma experiência muito importante e me dá alguns caminhos da facilidade no sentido de entender os processos, entender o que tem legalidade, o que não tem legalidade, o que tem eficiência, o que não tem eficiência, para que possamos ter uma legislatura mais organizada, com eficiência.
O Paraná – Quanto ao Podemos. O presidente da sigla em Cascavel chegou a falar que o partido iria abrir processo administrativo contra aqueles candidatos que não apoiaram o Márcio Pacheco nas Eleições de 2024, já que o Podemos fazia parte da coligação de Pacheco. Você é um desses candidatos, chegou a receber alguma notificação? Você acredita que essa questão pode prosperar ou não tem chance nenhuma?
Hudson Moreschi – Primeiro obrigado pela oportunidade de esclarecer sobre esse assunto, porque de fato a questão partidária foi um desafio para nós com relação ao Podemos. E para isso eu quero fazer uma retrospectiva. Primeiramente o Podemos é um partido que foi unificado, Podemos e o PSC (Partido Social Cristão). Então eu sou um dos mais antigos que estava dentro desse partido. E quem organizou os 22 candidatos a vereador foi o prefeito Paranhos. Ele que indicou quem seriam as pessoas que iriam participar nessa eleição pelo Podemos. E aí encerrou-se o prazo legal para que os candidatos mudassem de sigla e, após esse prazo encerrado, o partido teve uma decisão nacional de que os candidatos do Podemos teriam que apoiar os candidatos do PP. E como esse prazo de mudança já havia encerrado, nós recebemos um compromisso do presidente estadual do Podemos, o Gustavo, ele fez um documento para nós, dando a liberdade que nós, candidatos do Podemos de Cascavel, pela conjuntura, poderíamos escolher qual candidato a prefeito nós estaríamos apoiando. E de forma óbvia, eu estava junto com o prefeito Paranhos e junto com o Renato. Eu sempre mantive a minha posição de que eu iria apoiar o Renato. E assim eu fiz, até porque eu tive essa autorização a nível estadual. Então, eu estou muito tranquilo com relação a isso, porque em nenhum momento eu faltei com a minha palavra. Inclusive, eu não usei recurso nenhum do fundo partidário do Podemos, até para não faltar com essa questão de ética, pegar o recurso do partido e apoiar outro candidato.
Assista a entrevista abaixo: