
Brasil - Após o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vencer o primeiro Oscar do Brasil, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) comemorou a conquista e disse que a história sobre o regime ditatorial só foi contada graças ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade, criada durante seu governo. “É motivo de orgulho saber que a história de Rubens Paiva e de sua família —especialmente a busca incansável de Eunice Paiva pela verdade e pela justiça —pôde ser contada graças ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que criei durante meu governo para investigar os crimes da ditadura”, afirmou Dilma Rousseff em seu perfil do Instagram.
Na terça-feira de Carnaval (4), a Fundação FHC respondeu a ex-presidente e disse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi o “primeiro a reconhecer as violações de direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar”. A Fundação ressaltou a importância da Comissão da Verdade, mas destacou que, antes, Fernando Henrique criou a Comissão de Mortos e Desaparecidos, em 1995. Ao postar a mensagem na rede ‘X”, a instituição publicou uma foto do ex-presidente ao lado de Eunice Paiva.
“A ex-presidente Dilma tem razão em ressaltar a importância da Comissão da Verdade, criada em seu governo, para a revelação de violações de direitos humanos durante a ditadura militar. Compartilhamos com ela e milhões de brasileiros a alegria pelo merecido reconhecimento internacional do filme ‘Ainda Estou Aqui’, que conta a história do sequestro, tortura, assassinato e ocultação do cadáver de Rubens Paiva. A ex-presidente, porém, deixa de mencionar que, antes da Comissão da Verdade, houve a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos, criada em 1995 pelo ex-presidente @FHC (Fernando Henrique Cardoso), o primeiro a reconhecer as violações de direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar. Em 1996, foi emitida a certidão de óbito de Rubens Paiva, oficializando o seu ‘desaparecimento’”, diz a postagem.
“A Comissão da Verdade permitiu que, por decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em dezembro de 2024, da certidão de óbito passasse a constar referência às circunstâncias ‘violentas, causadas pelo Estado brasileiro’ que levaram à morte do ex-deputado. Na história, não se constrói nada do zero”, completou a Fundação FHC.
O fime
A obra, baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, conta a história de Eunice Paiva, mãe do autor e mulher do engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva, morto pela ditadura militar em janeiro de 1971. Dona de casa em uma família de classe média no Rio de Janeiro, ela precisa se reinventar para cuidar dos cinco filhos enquanto busca informações sobre o marido, que sumiu ao ser levado pelo Exército para prestar depoimento.