Política

Confirmado, Alckmin bate no PT e não menciona Bolsonaro

Brasília – Chegou a hora e a vez de Geraldo Alckmin, na visão do PSDB e de seus apoiadores, que formaram a maior aliança eleitoral deste pleito. Estão juntos com os tucanos os cinco partidos do chamado Centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD), mais PSD, PTB e PPS, que darão a ele a maior parcela do Fundo Eleitoral e também do tempo de tevê.

Na convenção nacional do PSDB realizada em Brasília, ontem, Alckmin mostrou que virou o jogo, pelo menos para seus apoiadores, após enfrentar meses de crise partidária e sob constante ameaça de seu apadrinhado político João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo que disputará o governo do estado.

O ex-governador foi escolhido candidato de seu partido por 288 votos, com apenas um voto contra e uma abstenção. Ele também conseguiu atrair uma mulher para ser candidata a vice-presidente – a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul -, em uma estratégia que coloca um representante do Sul na chapa.

Mas Geraldo Alckmin mantém um discurso hermético e que tem como único inimigo o PT e a sua “herança maldida”, como o próprio Alckmin disse em seu discurso, sem fazer sequer uma referência àquele que pode ser seu principal obstáculo na corrida eleitoral de 2018: o capitão da reserva Bolsonaro. Além disso, a chapa formada por representantes do Sul e do Sudeste pode ser um grande obstáculo à conquista de eleitores no Nordeste.

Alckmin também terá de mirar outro poderoso adversário: ele mesmo. Apesar de os tucanos focarem seu discurso eleitoral no trabalhador, dizendo que vão gerar empregos, Alckmin mantém um discurso hermético, indireto, com palavras como “bazófia” e “bravata”.