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Patrulha Maria da Penha: Quase 2 mil mulheres são acompanhadas no oeste

Em Foz, o número passa de 800.

Patrulha Maria da Penha: Quase 2 mil mulheres são acompanhadas no oeste

Reportagem: Cláudia Neis

Foz do Iguaçu – O número de mulheres que sofreram violência doméstica e precisam de medida protetiva na região oeste do Paraná assusta. Somente em Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu são quase 2 mil acompanhadas pelas equipes da Patrulha Maria da Penha. Em Foz, o número passa de 800. “Esse números sofrem alterações diariamente, sendo por mulheres que retiram a medida ou que conseguem novas medidas. Mas no momento são cerca de 800 mulheres que têm acompanhamento periódico, de visita e monitoramento”, explica a subinspetora e coordenadora da Patrulha Maria da Penha de Foz, Iraci Pereira Conceição.

Em Foz há cinco equipes na patrulha. Além do trabalho de campo, há ainda o Centro de Referência de Atendimento a Mulher em Situação de Violência, que tem uma equipe composta por psicóloga, assistente social e advogada que prestam atendimentos e orientações referentes aos direitos da mulher.

O centro completou dez anos e integra uma campanha mundial pelo fim da violência contra as mulheres, desenvolvida pela ONU (Organização das Nações Unidas) no mundo todo desde 1991.

Dentro do cronograma, 29 ações foram definidas, entre palestras, capacitações, pedaladas, panfletagens, blitz, roda de conversa nos bares, exposições de arte, cine debate, entre outros. As ações ocorrem no fim de novembro e início de dezembro, todos os anos.

Em Toledo, o número de mulheres acompanhadas passa de 500. Lá, há apenas uma equipe, formada por três pessoas.

Em Cascavel, são cerca de 500 mulheres acompanhadas pela Patrulha, mas havia cerca de 80 novas medidas a serem acompanhadas.

Para a inspetora responsável pela Patrulha em Cascavel, Claudineia da Cruz Deleoterio Leite, o número é uma demonstração de coragem das mulheres: “É importante dizer que a Patrulha não atende situações de flagrante. Ela dá apoio e suporte às mulheres que já se encontram em situação de risco e têm a medida protetiva. Nós oferecemos proteção, orientação, ajudamos a conseguir apoio jurídico, fazemos os encaminhamentos necessários para cada caso, até mesmo abrigo. Com essa base, a mulher se sente amparada e tem coragem para denunciar o agressor”.

A Patrulha em Cascavel tem apenas uma equipe, mas um homem e uma mulher estão sendo treinados para formar uma segunda equipe.

Pedidos mais que dobram

O que chama atenção em Cascavel é o aumento de pedidos de medida protetiva. De acordo com dados do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, em 2017 foram solicitadas 599 medidas protetivas, em 2018 foram 742, e em 2019 já passou de mil.

A promotora Andrea Frias ressalta que o aumento se deve à coragem das mulheres e ao trabalho da Patrulha.

Botão do Pânico

Outro fator que pode ajudar na proteção das vítimas em Cascavel é o Botão do Pânico. Mesmo com a verba já garantida, ainda não há data para que ele entre em funcionamento, mas já houve uma empresa vencedora da licitação. “O botão será um instrumento a mais que vai ajudar a garantir que a mulher em situação de risco consiga pedir ajuda caso a medida seja descumprida. A primeira coisa que o agressor faz é tirar o celular da vítima para dificultar o pedido de socorro dela. Então, o botão é como se fosse um chaveiro que a vítima aciona e o agressor nem percebe. Ao ser acionado, começa a gravação de imagem e voz e a Central tem a localização em tempo real da vítima, em caso de sequestro por exemplo”, complementa a inspetora Claudineia Leite.

Ela lembra que, em caso de agressão, o pedido de ajuda deve ser feito pelos telefones 153 e 190, acionando a Guarda Municipal e/ou a Polícia Militar. A Patrulha é responsável pelo atendimento a mulheres que têm medida de proteção expedida pela Justiça.