Cascavel – As reclamações sobre o trânsito de Cascavel são sempre as mesmas: motoristas que não dão seta, que não respeitam às leis de trânsito e, principalmente, daqueles que “abusam da alta velocidade”. Falando em velocidade, este ano a cidade teve um aumento da quantidade de atropelamentos que, de janeiro a maio, estão 70% acima na comparação com o mesmo período do ano passado.
De acordo com os dados do Sistema Bateu que une os boletins de acidentes de trânsito da cidade, até o final de maio foram 34 atropelamentos, sendo que 24 pedestres ficaram feridos. No ano passado, no mesmo período, havia sido 20 acidentes no qual 20 pedestres ficaram feridos. Nestes acidentes não ocorreu nenhum óbito nos primeiros cinco meses do ano, sendo que no ano passado todo a cidade teve quatro óbitos que foram registrados de junho a dezembro.
Acidentes
Outro dado que chama a atenção é dos acidentes em geral. Nos cinco primeiros meses do ano foram registrados 1.661 acidentes, 6,95% a mais do que no mesmo período de 2021 que fechou com 1.553. Por outro lado, o número de feridos caiu, passando de 493 em 2021, para 478 este ano. Já o número de mortes caiu 55,56% neste ano. Nos primeiros cinco meses de 2021 foram nove mortes no trânsito no perímetro urbano e, em 2022, foram quatro registros.
Outra queda ocorreu nos acidentes envolvendo motos, uma redução de 5,13%. De janeiro a maio deste ano foram 407, contra 429 no mesmo período do ano passado. Feridos este ano foram 268 e no ano passado 272. Caiu a quantidade de mortes de motociclistas, com duas pessoas perderam a vida neste tipo de acidente e, no ano passado, foram 7 óbitos, uma queda de 71,43%.
Balanço positivo
De acordo com a Simoni Soares, presidente da Transitar, mesmo com o aumento do número de acidentes a gravidade deles foi menor e que tanto a companhia quanto os órgãos, trabalham para reduzir a quantidade de acidentes, feridos e de óbitos. Um dos grandes desafios, segundo a presidente, continua sendo os acidentes com motos, foco do trabalho da companhia já que, segundo ela, os acidentes vão ocorrer, mas o objetivo é reduzir a gravidade que traz um prejuízo social e para que as mortes não ocorram.
Para Simoni Soares, a redução de óbitos é um grande passo na avaliação da Transitar. Em 2020, foram contabilizados 11 óbitos e, mesmo antes da pandemia, e 2019 foram 8. “Se formos analisar é uma redução bem importante. Estamos sempre trabalhando para reduzir e isso é reflexo de uma melhoria da conscientização dos condutores”, disse a presidente.
Ela lembrou que no trânsito os grandes vilões sempre são o excesso de velocidade, não respeitar o sinal vermelho, falta de habilitação e a embriaguez ao volante, principais causas dos acidentes. Sobre os atropelamentos, a presidente reforçou que o trabalho tem ações voltadas aos mais vulneráveis, que são pedestres, ciclistas e motociclistas, sempre um desafio para todos os órgãos. “Continuaremos trabalhando até que não tenhamos nenhuma morte e o mínimo de acidentes possível”, reforçou Simoni.
Luciane de Moura presidente do Cotrans (Comitê intersetorial de prevenção de acidentes de trânsito/Programa Vida no Trânsito) reforçou que o trabalho do comitê envolve todos os órgãos, focados na redução dos números. “Temos sempre muitas ações planejadas com foco na engenharia, educação e na fiscalização”, disse Luciane. Segundo ela, dentro da cidade os acidentes envolvem menos pessoas, mas é sempre necessário trabalhar para que, cada vez menos vítimas precisem de um leito hospitalar e cada vez mais mortes sejam evitadas.
Foto: Luiz Felipe Max/SOT