Opinião

Um novo mercado de trabalho

Por Carla Hachmann

Após passar de 13% e atingir um contingente de mais de 14 milhões de pessoas, o desemprego continua a cair, embora lentamente, mas o País volta a registrar recorde de trabalho informal. Afinal, as pessoas precisam sobreviver.

O número de empregados sem carteira assinada atingiu 11,7 milhões no trimestre encerrado em julho, enquanto os trabalhadores por conta própria chegaram a 24,2 milhões. “Desde o início da crise econômica, a inserção por conta própria vem sendo ampliada em função da falta de oportunidade no mercado formal”, afirmou Cimar Azeredo, gerente da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE.

Os dados foram divulgados nessa sexta-feira pelo IBGE e revelam um novo modelo do mercado de trabalho.

A flexibilização das leis trabalhistas tinha como função aliviar a carga e as regras para incentivar um novo formato, garantindo o emprego formal. Agora, o governo já estuda mais algumas mudanças.

A informalidade resolve o problema imediato, assim como a formalização por meio das MEIs (Microempreendedores Individuais), garantindo renda para o dia a dia. Contudo, exige um planejamento para o futuro, lembrando que o primeiro contingente está fora da Previdência e o segundo contribui com o equivalente a um salário mínimo, valor que pode comprometer a velhice desse trabalhador.

O mundo mudou e a economia também. É preciso pensar em soluções novas, porque muito provavelmente o modelo velho não será mais restaurado. Incentivo à previdência privada ou outro modelo de contribuição podem ser algumas opções, mas que precisam começar a ser vistas agora, para evitar novo caos social daqui a alguns anos.