Opinião

O Brasil e a juventude do mundo

Opinião de José Luiz Tejon Megido

No dia 8 de fevereiro, na cidade de Nantes, eu representava o Brasil em uma diplomação de mais de 800 estudantes internacionais. Audencia Business School, da França, é hoje um hub conectando jovens do mundo todo. Uma cerimônia com as becas, palavra de alunos e de professores no La Cité de Congrès.

Pelo Brasil, a Fecap de São Paulo recebe jovens do programa FAM (Food & Agribusiness Management) por um mês e meio dentro do MBA internacional conduzido pelos franceses.

Ao viver essa experiência única, com mais de 800 jovens do mundo, e sendo um membro do CCAS (Conselho Científico Agro Sustentável), é importantíssimo dizer que, mais do que estarmos vivendo em um mundo de velocidade mutante, entramos em uma era de “change makers”, uma geração que faz a mudança.

Ao falar com esses jovens, precisamos de empatia na comunicação. Alguns temas viram sagrados: sustentabilidade, meio ambiente, árvores, bem-estar animal, cooperação para diminuir a desigualdade, Big Data e profissionais “data miners”.

Sobre o nosso Brasil? Expectativas fascinantes. Visualizam aqui território, área, expansão. Sentem no Brasil receptividade para a diversidade humana. Identificam-se com uma natureza de cinturão tropical e de imensas oportunidades para criar e construir vidas.

Quando mostramos o cooperativismo no Brasil: encanta. Quando falamos da Embrapa, da pesquisa do Cenargen, uma arca de Noé: encanta. Eles não sabiam que temos a quarta melhor universidade de Ciências Agrárias do planeta, a Esalq/USP: encanta.

São Paulo, como a maior base econômica dentre todas as cidades de países em desenvolvimento, da mesma forma encanta. E a Amazônia? Simplesmente a marca “brand”, mais poderosa do mundo. Fica aqui e instiga, provoca e atrai as forças da imaginação de uma juventude que mudará o mundo pelos próximos 50 anos.

Mas delicioso mesmo, fascinante, é ser aplaudido de pé pelos jovens do mundo ao dizer: “Jovens, professores, familiares, o Brasil é o único país do mundo que tem nome de árvore – nascemos do pau-brasil. Temos leis sérias e severas que protegem todas as nossas árvores. Recebemos todas as raças do mundo neste País e, juntos, criamos um agronegócio que está virando uma agrocidadania. Hoje, aqui, parte desses estudantes está recebendo também um diploma brasileiro do programa de agribusiness. Estiveram no Brasil e nos ensinaram a olhar e amar mais ainda nosso território; todos me disseram que querem voltar”.

“Então, saibam, em uma era de sustentabilidade temos no Brasil um símbolo planetário e civilizatório vivo: nós amamos as nossas árvores, se não amássemos, seríamos injustos, pois Brasil é o único no mundo que tem nome de árvore”.

“Estudantes do mundo todo, que esses diplomas signifiquem para cada um de vocês uma semente, uma muda de uma grande árvore: a das suas vidas e de todos que vocês amam. Obrigado!”

O Brasil é um local espetacular, cheio de oportunidades, muito mais do que entraves. Brasil é país criança, ainda menino e menina, muito jovem, mas simplesmente apaixonante, encantador de, à primeira vista, logo cair em amor.

Um dia emocionante na França, com jovens do mundo todo em Nantes.

 

José Luiz Tejon Megido é mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)