Saúde

Falta de cuidados bucais pode levar casos como AVC e infarto

Estudos comprovaram que uma saúde bucal inadequada pode render doenças bem mais graves, que vão muito além da boca do paciente

Falta de cuidados bucais pode levar casos como AVC e infarto

Passar fio dental diariamente, escovar os dentes ao menos três vezes ao dia e visitar o dentista frequentemente são regras que nos acostumamos a ouvir para prevenção de problemas como cáries e mau hálito. Porém, estudos comprovaram que uma saúde bucal inadequada pode render doenças bem mais graves, que vão muito além da boca do paciente.

Por mais que pareça estranho, a falta de cuidado com os dentes pode ocasionar enfermidades como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral), bem como piora nas taxas glicêmicas de pacientes diabéticos. No caso do infarto e do AVC, as bactérias e outros germes podem sair da boca do paciente e percorrer o corpo através da corrente sanguínea. Caso cheguem ao coração ou ao cérebro, os danos podem ser fatais.

No caso de pacientes diabéticos, a doença periodontal dificulta a absorção de insulina, podendo causar uma descompensação glicêmica no paciente diabético.

De acordo com dados da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, escovar os dentes diariamente reduz em até 9% os riscos de doenças cardiovasculares. Visitas regulares ao dentista – ao menos uma vez por ano – ampliam esse número para 14%. São essas e outras informações que o Dia Nacional da Saúde Bucal, celebrado anualmente em 25 de outubro, quer ajudar a disseminar.

“A saúde começa pela boca. Se a pessoa não tiver todos os dentes, por exemplo, vai mastigar mal, ter menos aproveitamento nutricional, estar mais propenso a problemas digestivos. Pode vir a ter problemas na articulação da mandíbula. Além disso, uma pessoa que tem a boca ou os dentes infeccionados pode inclusive ter problema de coração”, explica Fábio Iwai, diretor das clínicas odontológicas da Care Plus.

Maior operadora de saúde premium do Brasil, a Care Plus sabe desse cenário e, por isso, investiu na abertura de clínicas odontológicas. Já são cinco anos de funcionamento das unidades – duas em São Paulo e uma no Rio de Janeiro -, que atendem cerca de 3 mil pacientes por mês. E a empresa garante ter “planos superagressivos” de ampliação para o futuro.

“Temos um corpo clínico de cerca de 50 dentistas qualificados, especialistas nas áreas em que atuam. Também temos os melhores equipamentos que existem no mercado”, garante Fábio Iwai. “Entregamos os melhores níveis de qualidade para o paciente. Estamos, tranquilamente, entre as melhores clínicas do Brasil em termos de qualidade e de segurança.”

 

Cárie pode causar parto prematuro

O primeiro passo ao saber da chegada de um novo filho é ir ao ginecologista. Mas a maioria das gestantes esquece que é necessário cuidar da saúde bucal para evitar complicações na gravidez.

Pesquisadores desvendaram recentemente que a periodontite – inflamação e infecção dos ligamentos e ossos que dão suporte aos dentes – aumenta em 2,18 vezes o risco de parto prematuro e dobra as chances do bebê nascer abaixo do peso.

O dentista Gustavo Menegucci alerta que um pré-natal odontológico é a melhor forma de prevenir esse tipo de complicação. “O acompanhamento odontológico é tão importante quanto o ginecológico, pois nesse período, a região bucal se torna mais sensível a alterações hormonais e elas modificam principalmente a área da gengiva, tornando-as mais fragilizadas. Por isso, o ideal é reforçar os cuidados com higiene, procurar um profissional já no segundo trimestre da gravidez”.

A relação entre as cáries e o nascimento antes do tempo se dá quando danos causados nas cavidades dentais já estão avançados a ponto de atingir os nervos e causar dor. “Quando esse quadro se estabelece, a infecção pode liberar substâncias que estimulam o início das contrações, como cortisol e adrenalina que estão intimamente ligadas ao estresse emocional e antecipam o parto”.

Segundo o dentista, a saúde bucal comprometida também pode colocar em risco a saúde do bebê. “Devido às lesões cariosas, a mãe pode ter dificuldade de se alimentar corretamente. Além disso, a flora bacteriana oral é modificada e pode transferir essas bactérias para o bebê após o nascimento”, alerta Gustavo.