Saúde

Equilíbrio nas contas: com suplementação de R$ 6,5 milhões de custeio, HU ganha fôlego

Com esse suplemento, o HU volta a ter R$ 24 milhões para custeio

Equilíbrio nas contas: com suplementação de R$ 6,5 milhões de custeio, HU ganha fôlego

Reportagem: Cláudia Neis

Cascavel – A negociação da suplementação de R$ 6,5 milhões para que o custeio do HU (Hospital universitário) de Cascavel deste ano se equiparasse ao valor do ano passado teve desfecho positivo essa semana. “Depois de muito diálogo, conseguimos a troca que havíamos proposto: devolver os mais de R$ 6 milhões quer tínhamos na conta da Unioeste, mas que foram retidos oriundos da DREM [Desvinculação de Receita de Estados e Municípios] referentes a 2018 e a 2019, e receber o valor de volta por outra fonte, dentro da legalidade”, explica o reitor da Unioeste, Alexandre Webber.

Com esse suplemento, o HU volta a ter R$ 24 milhões para custeio. “Este ano tivemos apenas R$ 18 milhões liberados e, por isso, buscamos essa solução. Assim, mantendo o mesmo valor do ano passado e organizando a casa, conseguiremos pelo menos respirar sem ajuda de aparelhos. Com essa suplementação, vamos conseguir regularizar o pagamento dos médicos, que hoje acontece com dois meses de atraso e também conseguir manter um estoque razoável de medicamentos e insumos”, lista o reitor.

Gastos triplicaram

A ideia inicial do reitor, tão logo assumiu o cargo, no início do ano, era garantir um estoque de materiais e medicamentos para no mínimo três meses. O problema é que o aumento do custo de materiais como EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) frustraram a possibilidade. “A situação do almoxarifado já está muito melhor do que quando assumimos em janeiro. Com essa suplementação queríamos ampliar o estoque e garantir pelo menos três meses, mas o aumento no custo de luvas, máscaras e afins por conta da pandemia do coronavírus fez com que os custos com esses materiais triplicassem: uma máscara que custava centavos hoje custa R$ 3, por isso estamos comprando em pequenas quantidades, mas os estoques estão abastecidos, só não temos folga”.

 Ala Covid

Alexandre ressaltou ainda que o orçamento para a Ala Covid-19 é um valor diferente do custeio. Até o momento, o Estado repassou R$ 5 milhões para o custeio do material de consumo e outros R$ 8 milhões devem ser repassados nos próximos meses. Além disso, com o cadastramento da ala, que hoje tem dez leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 20 de enfermaria, o Estado fará o repasse mensal de R$ 400 mil para custear a folha de pagamento dos servidores que atuam ali. Com a ampliação de leitos nessa ala, o valor deve aumentar também.

Ainda não há prazo para a ampliação, pois são aguardados os respiradores que devem ser envidados pelo Ministério da Saúde.

Alexandre afirmou ainda que outro oito leitos de enfermaria, que haviam sido fechados para o remanejamento de servidores para a Ala Covid, foram reabertos essa semana. “Dos 59, já reabrimos 18 e vamos reabrir outros nos próximos dias. Conforme vão sendo contratados profissionais, por meio do chamamento público, vamos abrindo”, frisou.

Unioeste

A mesma troca de contas que ocorreu no HU havia sido proposta para complementar o custeio da Unioeste, mas, diante da pandemia, o reitor Alexandre Webber deve aguardar até o fim do ano para nova negociação. “Com essa situação toda, não é hora de tratar disso. Vamos manter o custeio da universidade durante o ano e no último trimestre voltamos a avaliar e conversar com o Estado sobre essa suplementação”, adiantou Webber.

Ele comemorou ainda as certidões negativas, estadual e federal, liberadas após a regularização de pendências com o Estado. “Com as certidões conseguimos retomar a parceria com a Fundação Araucária, que repassa a verba para o pagamento das bolsas de iniciação científica, que estavam sendo pagas com recursos próprios e em 2019 custaram a universidade R$ 700 mil. Este ano, antes da regularização, já havíamos pago R$ 300 mil que conseguimos receber de volta da Fundação. Isso sem dúvida já nos dá um fôlego a mais”, complementou o reitor.