Em alguma hora a derrota viria, todos sabiam disso, mas ter acontecido justamente no dia de igualar a maior série invicta da história do clube, marca estabelecida pelo Expresso da Vitória nos anos 1940, teve um quê de crueldade. Desfalcado de Nenê, o Vasco também não teve sorte, viu a chance do empate bater na trave duas vezes no segundo tempo, e com dois erros individuais, caiu diante do Atlético-GO, por 2 a1, neste sábado, em Cariacica (ES).
Fazia tempo: a última derrota havia sido no dia 1º de novembro do ano passado, para o Fluminense, no Campeonato Brasileiro. Foram 34 jogos até a derrota que não tira, porém, o time da liderança. O Atlético-GO chegou aos mesmos 19 pontos do Vasco, mas tem saldo de gols menor.
Com a ausência de Nenê, Jorginho optou por escalar Yago Pikachu no meio, já que Mádson retornava de lesão na lateral direita. Pikachu atuou aberto pela direita, que foi melhor lado do Vasco ofensivamente, mas faltou criação pelo setor central, onde Andrezinho ficou sobrecarregado e muito marcado. Além de não contar com Nenê, o novo titular do meio, William Oliveira, tem mais fôlego e dinamismo que o antigo dono da posição, Julio dos Santos, mas tem menos qualidade no passe.
JOGO DE FALHAS
Contra um time bem organizado como o Atlético-GO, tudo isso pesou. O Vasco tinha dificuldade em criar jogada para Leandrão, que deixou Thalles no banco mas era pouco acionado no comando do ataque. O time goiano já tinha criado uma ótima chance, desperdiçada por Júnior Viçosa, quando abriu o placar numa falha de Jordi, que vinha tendo boas atuações neste período em que o titular Martín Silva está com a seleção do Uruguai. Aos 23 minutos, porém, ele saiu muito mal num cruzamento da direita: podendo usar as mãos, preferiu cortar com o pé, e viu a bola bater em Viçosa e voltar para dentro do gol.
O Vasco continuou com dificuldade para criar, e contou também com um erro do goleiro para empatar ainda antes do intervalo. Marcos saiu mal, não conseguiu afastar a bola cruzada por Júlio César, e Luan aproveitou a sobra para fazer o gol num bonito chute.
Sinal de que o primeiro tempo não fora bom, Jorginho fez o Vasco voltar do intervalo com Éder Luís no lugar de Pikachu. O time voltou aceso, e em menos de cinco minutos Leandrão teve duas chances clara de marcar, mas faltou pontaria em ambas. E aí aconteceu a segunda falha grave individual: num cruzamento da direita, o experiente zagueiro Rodrigo deu uma furada de juvenil, e a bola sobrou para William Schuster fazer 2 a 1.
A probrabilidade real de a sequência invicta ser interrompida justo no dia do recorde deixou os jogadores vascaínos claramente apressados para conseguir ao menos o empate. Jorginho ainda lançou Evander e Thalles, mas o Vasco partiu para o ataque com mais ímpeto que organização. Ainda chegou perto do segundo gol, como no chute de longe de Rodrigo que explodiu no travessão. Já aos 43 minutos, houve a última oportunidade, ainda mais clara, mas o chute de Evander também paro na trave.