Após ter sua pena reduzida pela Corte Arbitral do Esporte de dois anos para um ano e três meses, com seu retorno programado para o fim de abril, Maria Sharapova disparou contra Federação Internacional de Tênis, que puniu a tenista pelo consumo de meldonium no Australian Open de 2016. Em entrevista à TV americana “PBS”, Sharapova reiterou que não acredita que a substância, proibida desde o dia 1º de janeiro de 2016, possa ser considerada doping.
Na avaliação da atleta, o meldonium não proporciona nenhum ganho de desempenho, e defendeu que a substância é usada como aspirina na Rússia, embora a tenista more desde os sete anos de idade nos Estados Unidos. Sharapova foi taxativa ao responder se considerava que havia infrigido alguma regra: Sharapova doping – 04-10
– De forma nenhuma. Não, porque eu sei o quão comum é. Eu sei que está na lista de “vital e essencial” na Rússia, junto com ibuprofeno. (O meldonium) é tomado como uma aspirina na Rússia. Então, para mim, não consigo fazer nem que isso entre na minha cabeça. E quando eu tomei pela primeira vez, tomei sob ordens médicas e continuei tomando assim por anos – defendeu.
A polêmica entre a tenista russa e a ITF se arrasta desde o começo do ano. Na primeira instância do julgamento, no Tribunal Independente com membros indicados pela federação, o pedido foi de uma suspensão de quatro anos, pena imposta a atletas que se dopam intencionalmente. No fim, a punição imposta foi de dois anos, pena máxima a jogadores que usam substâncias proibidas sem a intenção de burlar as regras.
Inconformada com o rigor da ITF, Sharapova recorreu à Corte Arbitral do Esporte, que poderia reduzir sua pena até pela metade, ou seja, para um ano. Na avaliação da tenista, a ITF quis fazer dela um exemplo no combate ao doping no tênis.
– A ITF queria me banir por quatro anos. Eu fui à audiência da ITF, em frente a uma corte escolhida pela ITF. Então eu estou numa audiência sabendo que as pessoas a quem estou me dirigindo foram escolhidas pelas pessoas contra quem na verdade estou lutando. Eles chamam isso de neutro. Não é neutro. O CAS é neutro e é isso que o CAS me concedeu. Eu nunca quis acreditar nisso (que queriam fazer dela um exemplo), mas estou começando a achar isso – argumentou.