O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou duramente nesta quinta-feira a decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) de manter toda a delegação de atletas paralímpicos do país vetada da Paralimpíada do Rio. O veto havia sido decidido originalmente pelo Comitê Paralímpico Internacional, e foi mantido pelo CAS mesmo após apelos do governo russo.
Putin reconheceu erros da Rússia no controle antidoping, mas disse que o país vinha se esforçando para fortalecer suas instâncias de combate ao doping. Cerca de um terço dos 387 atletas que a Rússia tentou inscrever na Olimpíada do Rio, em agosto, acabaram vetados por federações internacionais devido às evidências de doping sistemático no país, com a conivência de autoridades do Estado russo.
– A decisão de desqualificar nosso time paralímpico encontra-se fora da lei, fora da moralidade e fora da humanidade – disparou o presidente da Rússia.
– É simplesmente cínico descarregar a sua raiva naqueles para quem o esporte tornou-se um meio de vida. Eu sinto até pena por aqueles que tomaram essa decisão, porque eles certamente entendem o quão degradante isso é – completou Putin.
‘PRESSÕES POLÍTICAS’
De acordo com Putin, a decisão de barrar toda a delegação paralímpica da Rússia dos Jogos Paralímpicos do Rio, que vão de 7 a 18 de setembro, foi provocada por “pressões políticas” sobre as agências antidoping. A Agência Antidoping dos EUA (Usada, na sigla em inglês) foi uma das mais atuantes no pedido de veto a todos os atletas russos na Olimpíada do Rio, que acabou ocorrendo apenas parcialmente.
– As fundações humanistas do esporte e do espírito olímpico são vergonhosamente rodeadas pela política – criticou Putin, que prometeu ainda organizar uma competição nacional para os atletas paralímpicos da Rússia.