O consórcio responsável pelas obras no complexo esportivo de Deodoro, uma das construções para a Olimpíada do Rio, é alvo nesta terça-feira de uma operação da Polícia Federal. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão na sede do consórcio, formado pelas empreiteiras Queiroz Galvão e OAS. A suspeita é de irregularidades em contratos de transporte e descarte de entulho: uma empresa “laranja” simularia o transporte e a disposição do material, cujos gastos dobraram em relação ao previsto, de R$ 80 milhões para R$ 147 milhões. O entulho, que tem alto valor de mercado, pode ter sido utilizado em outros empreendimentos, segundo a investigação. As informações são da Globonews.
Segundo o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, foram detectados “indícios de falsificação nos registros dos volumes de resíduos das obras de construção civil, que são transportados do local das obras e, depois, depositados em um bota-fora no município de Duque de Caxias/RJ”. Documentos obtidos pela Globonews mostram que 13 motoristas dizem jamais ter trabalhado na obra, embora seus nomes apareçam nos contratos. Outros ofícios sequer teriam assinaturas.
A PF cumpre 8 mandados de busca e apreensão. Em março, a Justiça já tinha bloqueado R$ 128 milhões que deveriam ser pagos ao consórcio. Agentes da PF estão à procura de computadores, HDs, telefones e extratos bancários. A operação, batizada de Bota-Fora e autorizada pela Justiça Federal, conta com funcionários da Controladoria Geral da União (CGU) e tem participação do Ministério Público Federal e Receita Federal.
O consórcio alega que prestou esclarecimentos às autoridades competentes e que a alteração de custo se deve ao acréscimo de material transportado, que não estava previsto no contrato. O Comitê Rio 2016 informou que não vai se manifestar.