O vazamento da última lista da Agência Mundial Antidoping (Wada), divulgada por hackers do grupo “Fancy Bears”, trouxe à tona o nome de Rafael Nadal entre os atletas que teriam feito uso de substâncias proibidas. De acordo com o documento, o tenista espanhol, dono de 14 Grand Slams e nove vezes campeão de Roland Garros, fez uso de betametasona e corticotropina para fins terapêuticos. As substâncias, no entanto, foram utilizadas com permissão da Wada, uma vez que Nadal aparece em dois certificados de uso terapêutico autorizados pela instituição.
No dia 13 de setembro, houve o primeiro vazamento pelos hackers do “Fancy Bears”, que denunciaram o uso de substâncias proibidas por nomes como Simone Biles e as irmãs Williams. Porém, a exemplo do que ocorreu com Nadal, a utilização dos medicamentos havia sido previamente informada pelas atletas e autorizadas pela Wada.
Em 2009, ano em que não disputou o torneio de Wimbledon, Nadal fez uso da betametasona para diminuir dores e inflamações. Em 2012, foi autorizado pela Wada utilizar corticotropina, hormônio para combater estresse crônico e que também é usado como anti-inflamatório. Após a eliminação em Wimbledon naquele ano, Nadal não jogou o restante da temporada, por conta de uma tenidinite. Nesse período, deixou de disputar os Jogos Olímpicos de Londres, o US Open, os Masters de Xangai e Paris e o ATP Finals.
Após o vazamento da lista, Nadal se pronunciou sobre o caso, negando que tenha feito uso de qualquer substância ilegalmente.
– Quando você pede permissão para tomar algo por motivos terapêuticos e te dão, então você não está tomando nada proibido. Não é notícia, não há por que se fazer demagogia – disse o tenista à imprensa espanhola.
Nadal também disse ser a favor que todos os resultados dos exames anti-doping se tornem públicos, para evitar que a transparência da Wada e dos atletas seja colocada em cheque em casos de vazamento.
– Seria mais benéfico aos esportistas, aos espectadores e aos meios de comunicação se cada vez que se fizesse um controle antidopagem, essa notícia fosse publicada e, duas semanas depois, viessem os resultados. Assim se resolveria o problema. O esporte tem que dar um passo à frente e ser totalmente transparente. Digo isso há anos – completou.