Na última Olimpíada de Nenê, brasileiros tentam enfim a aguardada glória da 'turma da NBA'

RIO – Nenê é a cara do Brasil na liga mais competitiva (e rica) do basquete, a NBA.
Alto, com 2,11m, forte e com um talento lapidado em 14 anos nos Estados Unidos,
ele pavimentou um caminho feito na sequência por Leandrinho, Anderson Varejão e
Tiago Splitter, os dois últimos cortados por problemas médicos da seleção
brasileira que disputa os Jogos em casa. A alta expectativa por alto rendimento
internacional, no entanto, nunca se confirmou, algo que a equipe parece estar
louca para rever na Arena Carioca 1. Hoje, o desafio começa às 14h15m contra a
Lituânia, país que leva o basquete tão sério como os brasileiros levam o
futebol. Basquete_0708

? Pode ser clichê, mas, para os lituanos, o basquete é como uma segunda
religião ? conta jornalista lituano Jaunis Sarapas, do ?Delfi?. ? Existe uma
grande expectativa e esperança, mas o time evita falar em medalha ou prometer
terminar em determinada posição.

A realidade é bem diferente da do Brasil. Não apenas na popularidade do
esporte, mas também na postura dos jogadores. A cada entrevista, Nenê, líder da
geração, não esconde que o objetivo é conquistar uma medalha, independente de
qual seja ? e, aqui, combinamos que a de ouro é uma façanha quase impossível.
Recém-contratado pelos Houston Rockets, Nenê chegará aos 34 anos no próximo mês
e sua segunda Olimpíada tem tudo para ser também a última.

A estreia olímpica no Rio mostra que o sonho dependerá de um bocado de
eficiência ? e apoio da torcida. Num grupo que tem ainda Espanha, Croácia,
Argentina e Nigéria, os adversário do Brasil pela ordem dos confrontos, vencer
hoje parece fundamental para evitar pressão nas últimas rodada e também o quarto
lugar, que colocaria o time diante dos EUA numa possível quarta de final.

Na disputa no garrafão, Nenê terá em seu encalço um jovem europeu que já
brilha na NBA. Com os mesmo 2,11m e apenas 24 anos, Jonas Valanciunas foi um dos
destaques da última temporada do Toronto Raptors, equipe que só caiu diante do
campeão Cleveland Cavaliers na final da Conferência Leste (semifinal do
campeonato). Na última temporada, ele teve média de 12,8 pontos e 9,1 rebotes
por partida. Outros destaques são o armador Mantas Kalnietis, que atua na
Itália, e o ala Mindaugas Kuzminskas, que recém assinou com os New York
Knicks.

? Desde a geração de (Arvydas) Sabonis, há 20 anos, a seleção não tem um
líder. No Mundial de 2014, a Lituânia foi quarta colocada, e o técnico (Jonas
Kazlauskas) disse que Valanciunas ainda não estava preparado para ser esse
líder, mas que um dia estaria ? explica Sarapas.