Nascida em uma família de esportistas, Mariana Pajón começou no BMX muito cedo. Aos 4 anos, ela já acompanhava os irmãos em corridas e se aventurava andando ao lado de garotos. O fato de competir com os meninos acabou rendendo a ela, além de uma competitividade acima do normal, um apelido que mais tarde seria totalmente justificado com os títulos que a garota de Medellín conquistaria mundo afora: ‘Rainha do BMX’.
? Não havia outras meninas. Eu era a única entre os meninos e recebia várias apelidos. O de ‘Rainha do BMX’ ficou popular, e passaram a me conhecer assim pelo mundo ? disse Mariana, em entrevista por e-mail.
Num país com tradição no ciclismo, Mariana conta com um suporte que lhe permite alçar voos altos e se preocupar apenas em competir. De patrocínios e apoios a uma pista nova (que leva seu nome e atende aos requisitos técnicos da UCI), em sua cidade natal, não restam dúvidas de que ela é uma esportista de ponta na Colômbia. Foi escolhida atleta do ano, em 2011, e ?mulher colombiana do esporte?, em 2008. Se alguém ainda duvida, basta lembrar que Mariana foi a porta-bandeira da delegação do país na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012:
? O ciclismo é muito importante na Colômbia. Temos apoio do governo. Ainda precisamos de mais, mas as marcas e o povo apoiam os atletas. Você pode ajudar um país através do esporte, através do ciclismo, sendo uma inspiração e um bom exemplo para as crianças.
Se engana, porém, quem acha que Mariana não precisou ralar muito, literalmente, para chegar onde chegou. Em um esporte radical, de alto impacto, no qual se aprende caindo, e em que cada queda é dolorida, a colombiana se orgulha de tudo o que passou em duas décadas de BMX. E confessa:
? Tenho mais ossos quebrados que títulos mundiais. Já quebrei ossos em 18 oportunidades, e usei tanto gesso que confesso que não lembro quantas vezes já fui engessada.
Mariana Pajón esteve no Rio no ano passado, participando do evento-teste no Centro Olímpico de BMX, no Parque Radical de Deodoro. Na ocasião, a pista foi muito criticada por diversos atletas, e o traçado sofreu alterações:
? A pista é muito boa, bem técnica, desafiadora, com saltos altos. Você tem que estar 100% focada. Não critiquei a pista, mas fizeram umas mudanças necessárias, e ela ficou bem melhor. Cada pista em cada lugar do mundo, quando é nova, precisa de mudanças depois que você a testa. Para isso, tivemos o evento-teste.
Com troféus e medalhas de centenas de competições espalhadas por sua casa, Mariana está fazendo história no BMX com performances técnicas e dominantes. A colombiana chegará ao Rio em agosto motivada e pronta para repetir Londres:
? Levar o ouro nas Olimpíadas é a maior coisa que um atleta pode conseguir. É o sonho de qualquer atleta. Já conquistei mundiais, títulos continentais, corridas internacionais, mas ser campeã olímpica está acima disso tudo.