SÃO PAULO – O ex-soldado da PM Luís Paulo Mota Brentano foi condenado a 22 anos de prisão, em júri popular em Santa Catarina, pela morte do surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, em janeiro de 2015. Ele também recebeu a sentença de oito meses de detenção por embriaguês ao volante e 4 meses por dirigir sem a carteira de habilitação. A sentença foi lida pela juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, no fim da noite desta sexta-feira. O julgamento durou dois dias. A acusação queria pena de 34 anos, por homicídio triplamente qualificado.
No prazo de cinco dias, o ex-policial militar será levado da prisão do Batalhão da PM, em Joinville, onde estava há dois anos, para uma penitenciária comum.
Ricardinho, de 24 anos, e o policial militar, de 25 anos, teriam se desentendido em frente à casa do atleta, em Guarda do Embaú, na Grande Florianópolis, em 19 de janeiro de 2015. O policial, que estava de folga, confessou ter dado dois tiros na vítima, mas alegou legítima defesa. Um dos tiros acertou Ricardinho pelas costas e a outra o atravessou pela lateral do corpo. As balas perfuraram vários órgãos do surfista, que morreu um dia após o crime, depois de passar por quatro cirurgias.
Meses depois, em decisão de um processo administrativo aberto após o crime, a PM decidiu expulsar o soldado. Um laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Santa Catarina revelou, dias após a morte do do surfista, que Brentano havia ingerido bebida alcoólica no dia em que atirou em Ricardinho.
Ricardo dos Santos surfava desde os 7 anos de idade e era especialista em ondas pesadas e tubulares. Venceu duas vezes a triagem do Circuito Mundial de Surfe (WCT) do Taiti e chegou a derrotar o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater, chegando às quartas de final.