Neste Dia das Mães, uma história a ser refletida. Descobrir uma gravidez aos 13 anos é algo desafiador na vida de uma adolescente. Imagine quando ela é vítima de agressão e precisa seguir a gestação em meio a tanto sofrimento.
Vitória Gonçalves dos Santos, hoje aos 18 anos, passou por esses momentos. Apesar da pouca idade, ela já é mãe de três filhas. A primeira delas, Ana Lúcia, está prestes a completar quatro anos.
Não passou muito tempo, após a descoberta da primeira gestação, até que novamente fosse surpreendida.
“Quando minha filha tinha poucos meses, soube que estava grávida de novo. Dessa vez, foi muito difícil, pois a todo tempo pensava o que fazer para cuidar das duas meninas”. A segunda filha recebeu o nome de Emili.
Nem mesmo com a família crescendo, o companheiro, dez anos mais velho, mudou o comportamento e a jovem ainda sofria agressões.
Ela passou pelo abrigo de mulheres e foi encaminhada ao Programa Família Acolhedora.
Em dezembro do ano passado, grávida de seis meses da terceira filha, o destino reservou uma mudança na vida da jovem mãe.
Vitória foi acolhida na casa de Cleuzelina que hoje se divide entre o papel de mãe e avó das três meninas. “Elas chamam minha mãe acolhedora de avó”, brinca Vitória.
A menina mais velha já frequenta o Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) e as demais ficam aos cuidados de duas mães. “A dona Cleuzelina sempre me ajudou muito, sou grata por tudo o que ela fez”, comenta Vitória.
O pai das meninas, hoje fora do lar, tem direito a visitas semanais na sede do programa Família Acolhedora, em Cascavel.
A jovem tenta esquecer do passado e planeja uma nova vida em família. “Espero poder ter minha própria casa e viver feliz. Meu marido já tem demonstrado que mudou bastante e acredito que isso será possível”, diz ela.
A coordenadora do programa Família Acolhedora, Neusa Cerutti, diz que o pedido para que a jovem retorne a casa com o marido foi feito e aguarda por decisão da Justiça.
“Queremos que ela volte para casa, mas de forma alguma iremos permitir qualquer ato de violência nessa família. Estamos acompanhando o marido dela e esperamos que ele siga o tratamento psicológico”, explica Neusa.
Atualmente são 210 crianças e adolescentes abrigados em 140 lares acolhedores em Cascavel. As famílias aprovadas e capacitadas passam por qualificação recebem uma bolsa no valor de um salário mínimo por criança acolhida.