Africanos dominaram as últimas 17 edições. Timothy Kiplagat venceu em 2023 – Foto: Marcos Ribolli
Africanos dominaram as últimas 17 edições. Timothy Kiplagat venceu em 2023 – Foto: Marcos Ribolli

São Paulo - A mais tradicional corrida de rua do Brasil vive um momento histórico. Nesta quarta-feira, a Corrida de São Silvestre completa 100 anos, consolidando-se como um dos eventos esportivos mais emblemáticos do país e uma referência mundial no atletismo de rua. Em sua edição de 2025, nesta quarta-feira (31), a São Silvestre reunirá 55 mil atletas de 48 países, reforçando o caráter internacional da prova. A edição deste ano contará com a maior premiação da história da prova, totalizando R$ 295.160. A organização vai contemplar os seis primeiros colocados nas disputas masculina e feminina, e os campeões receberão R$ 62.600 cada.

Nos últimos anos, os brasileiros vivem um jejum graças à hegemonia africana. Das 17 edições mais recentes, 10 foram vencidas por quenianos e seis por etíopes. O último “atleta da casa” a cruzar a linha de chegada em primeiro lugar foi Marílson Gomes dos Santos, em 2010.

Entre as mulheres, o Brasil não chega ao lugar mais alto do pódio desde 2006, com Lucélia Peres. O Quênia lidera em número de vitórias: 19. Portugal vem na sequência, com sete títulos – seis deles conquistados de maneira consecutiva por Rosa Mota na década de 1980.

A História

Em uma viagem a Paris, o jornalista Cásper Líbero ficou maravilhado com uma corrida realizada à noite. Decidido a promover algo semelhante no Brasil, ele idealizou uma prova que deveria ocorrer sempre no último dia do ano. E foi assim que, em uma noite do dia 31 de dezembro de 1925, foi realizada a primeira Corrida de São Silvestre da história. Ela recebeu esse nome em homenagem ao santo do dia.

Em suas primeiras edições, apenas atletas brasileiros participavam da São Silvestre. Mas, a partir de 1927 foi permitida a inscrição de estrangeiros que moravam no Brasil, o que fez com que o italiano Heitor Blasi, radicado em São Paulo, vencesse as edições de 1927 e 1929. Blasi foi o único estrangeiro a ganhar a prova na chamada fase nacional da corrida, que durou até 1944.

A partir de 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a corrida passou a contar com a participação de atletas estrangeiros, mas inicialmente só para atletas da América do Sul. Foi só dois anos depois que ela passou a ser de fato mundial, dando início a um período de 34 anos sem vitórias de atletas brasileiros, o que só foi superado em 1980, com a vitória do pernambucano José João da Silva. As mulheres só começaram a competir em 1975, prova que foi vencida pela alemã Christa Valensieck.

Programação prevê seis largadas:

* 7h25 — Atletas PCD (cadeirantes)

* 7h40 — Elite feminina

* 8h05 — Elite masculina

* 8h06 — PCD (demais categorias)

* 8h08 — Pelotão premium (masculino e feminino)

* 8h10 — Pelotão geral (masculino e feminino)