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Brasileiras vencem Argélia por 10 a 0 e se classificam para as quartas de final no goalball

A seleção brasileira feminina de goalball precisava de vencer a Argélia por cinco gols de diferença para conquistar o primeiro lugar do Grupo C. E fez o dobro. Com um indiscutível 10 a 0, na manhã desta terça-feira, na Arena do Futuro, no Parque Olímpico da Barra, o time conseguiu encerrar a primeira fase com a melhor campanha da chave. O jogo terminou em “game”, que é quando uma equipe abre dez gols de diferença antes mesmo de o tempo regulamentar se esgotar.

O adversário do Brasil nas quartas de final ainda não foi definido, mas a partida acontece nesta quarta-feira, às 10h30m, na Arena do Futuro.

? Brinquei com as meninas que iria “afundar” a Argélia, por toda aquela polêmica. Entrei com raiva delas, pela indisciplina cometida ? comentou Victoria, artilheira da partida com seis gols, citando o fato de o time africano não ter sido derrotado por Estados Unidos e Israel por W.O., alegando ter perdido um voo no caminho para o Rio. Por isso, americanas e israelenses foram consideradas vencedoras em ambos os confronto por 10 a 0. Assim a seleção brasileira precisava de cinco gols, para superar o saldo dos Estados Unidos.

? Quando fizemos o sétimo gol, pensei: “Vamos acabar com esse jogo logo” ? contou Victoria.

O Brasil abriu 2 a 0, com Ana Carolina. Próximo aos nove minutos, parte da iluminação da Arena do Futuro se apagou, mas a partida prosseguiu normalmente. Aos poucos, a luz voltou ao normal. E Victoria marcou o terceiro. Ana Carolina fez mais um: 4 a 0.

O quinto veio logo no início do segundo tempo, com Victoria, de pênalti. Depois, Simone fez 6 a 0. Victoria marcou mais três, deixando o jogo próximo do fim. E Victoria, sempre ela, deu números finais à partida, quando ainda faltavam 4m04s de tempo.

Fluminense de Itaguaí, ela é o principal destaque do time até aqui. Victoria recebeu este nome após passar por várias complicações antes de nascer.

? Meu pai tinha outra família e, para ficar com a minha mãe, se divorciou. Pessoas ligadas a ele queriam interromper minha gestação, ameaçaram minha mãe. Meu pai acabou falecendo quando eu tinha três anos, não tivemos contato. Aos 11 anos, tive atrofia no nervo óptico e fiquei cega. Mas a desde então só colhi vitórias na minha vida. Conheci o goalball através do Instituto Benjamin Constant, na Urca e me mudei para Campo Grande para ficar mais perto do esporte ? recordou Victoria.

Já as jogadoras argelinas mais uma vez não falaram com a imprensa. A equipe só chegou ao Brasil na madrugada de domingo e perdeu seus dois jogos disputados em quadra nesta Paralimpíada. Além da derrota diante da seleção brasileira, a equipe africana foi batida pelo Japão por 7 a 1.