Em partida emocionante, com intensa participação da torcida brasileira, presença de peso de argentinos e direito a duas prorrogações, a seleção de basquete masculina perdeu para a Argentina por 111 a 107 neste sábado, na Arena Carioca 1, e complicou suas chances de classificação no Grupo B. O cestinha do jogo foi o veterano André Nocioni, com 37 pontos. Entre os brasileiros, Nenê fez 24.Na última rodada, na segunda-feira, o Brasil pega a Nigéria e a Argentina enfrenta a Espanha.
O primeiro quarto era equilibrado até Nocioni começar a se destacar nas cestas de três. A 2min07seg do fim, ele acertou seu quarto arremesso em quatro tentativas, abrindo o placar para 24 a 14. Scola e Campazzo também fizeram de longe no primeiro período, em que os argentinos mataram seis bolas de três contra uma única do Brasil. Escolhido para marcar Scola, Rafael Hettsheimeir fazia partida ruim, desequilibrando a equipe. Apagado, Leandrinho não pontuou no período.
O Brasil voltou para o segundo quarto nove pontos atrás (28 a 19) e com a torcida argentina cantando mais alto. A seleção voltou com Raulzinho, Alex Garcia, Benite e Giovanonni fazendo companhia a Nenê. A pouco mais de seis para o fim, um roubada de bola e ponto de Benite reduziu a desvantagem para três pontos. Em bola de três de Giovanonni a 5min56seg do fim, o Brasil diminui para um ponto (55 a 54). A 5:17, um bola de três pontos de Benite virou o jogo para 37 a 35 e levou a torcida à loucura. A 3min53seg, Benite abriu vnatagem para 42 a 35, que chegou a dez pontos, mas terminou em oito pontos (52 a 44).
Um olhar nas estatísticas explica a melhora brasileira, que venceu o segundo quarto por 33 a 16 (17 pontos). Vinte e nove pontos do período foram marcados por jogadores que saíram do banco, contra apenas dois dos rivais. Treze deles vieram das mãos de Benite. Enquanto isso, a Argentina acertou apenas dois de oito arremessos de três e parou de pegar rebotes. Foram três argentinos contra 11 do Brasil, que marcou ainda 14 pontos de contra-ataques e não permitiu que o adversário fizesse.
Com a torcida inflamada, O Brasil voltou bem para o segundo tempo e, logo no inicio, forçou Scola e Nocioni a fazerem suas terceiras faltas. Do lado brasileiro, Marcelinho Huertas e Leandrinho também fizeram suas terceiras faltas, os deixando em situação delicada para uma partida que se desenhava para um final equilibrado. Mal no jogo, sem pontos, Leandrinho fez sua quarta falta a 4min15seg do fim, obrigado Magnano a tirá-lo da partida. A 2min52 do fim do terceiro quarto, uma cesta deCampazzo colocou os argentinos novamente em vantagem, 64 a 63, mas o Brasil reagiu e terminou o período com 72 a 67.
Num início de quarto período nervoso, o Brasil chegou a abrir oito pontos de vantagem a 2min41seg do fim com cesta de Nenê. Mas durou pouco. A 22 segundo do fim, Campazzo acertou dois lances livre e deixou o jogo em 83 a 82. Na linha de lance livre, a 21 segundos, Huertas aumentou a vantagem para três pontos. E a três segundos do fim, Nocioni acertou de três, empatando o jogo. Em jogada combinada, Nenê não conseguiu arremessar e passou para Huertas, que, sem ângulo, não conseguiu evitar a prorrogação: 85 a 85.
Na prorrogação, o Brasil ganhou confiança com quatro pontos de Nenê e, em uma bola de três de Alex, aumentou a vantagem para seis pontos, que, em seguida, caiu para quatro pontos. A 36 segundos do fim, no entanto, Campazzo infiltrou com facilidade, empatando o jogo: 95 a 95. A 15 segundos do fim, Raulzinho arriscou de três e errou. Na última bola, Ginóbiliforçou arremesso e também não acertou. Nova prorrogação, dessa vez sem Huertas e Scola, os dois eliminados com falta. Eles deixaram o jogo com 14 pontos cada.
A segunda prorrogação começou com duas cestas de três pontos de Campazzo e, na sequência, uma andada de Alex. Com 3min30 para o fim, a Argentina ampliou a vantagem para oito pontos. Leandrinho finalmente entrou no jogo, marcando nove pontos: 106 a 105 a 1min17seg do fim. Mas não foi suficiente. Com dois pontos atrás a 13 segundos do fim, o Brasil demorou dez segundos para fazer falta, reduzindo suas chances. Nos lances livres. Delfino errou duas vezes, mas o Brasil foi incapaz de pegar o rebote. A festa era mesmo argentina.